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Tenente-coronel indiciado no caso Naja está entre os que furaram fila de vacina

Caso gerou revolta e levou à exoneração do comandante-geral da PMDF, Julian Rocha Pontes; Eduardo Condi responde 23 vezes por tráfico de animais silvestres

(crédito: Ana Rayssa/CB/D.A Press – 16/7/20 )

A vacinação antecipada de integrantes de alta patente da Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF) causou desconforto e revolta entre os policiais da corporação. Um dos imunizados antes dos praças é o tenente-coronel Eduardo Condi, irmão do subcomandante-geral, coronel Cláudio Fernando Condi. Condi passou a atuar na área administrativa da corporação após ser indiciado no caso Naja.

O policial militar é padrasto de Pedro Henrique, o estudante de medicina veterinária picado pela serpente, e, no esquema criminoso, teria dado suporte financeiro e material para que a residência servisse de cativeiro para as cobras. O tenente-coronel responde 23 vezes por tráfico de animais silvestres, fraude processual, maus-tratos e associação criminosa.

Além dele, os vacinados identificados até o momento são o comandante-geral, Julian Rocha Pontes; o subcomandante-geral, coronel Cláudio Fernando Condi; o chefe do Departamento Operacional (DOP), coronel Hemerson Rodrigues Silva; e o subcomandante operacional do 2º Comando de Policiamento Regional, tenente-coronel Eduardo Condi. Os nomes foram confirmados por fontes militares.

O comandante-geral da PM, Julian Pontes, se vacinou na Unidade Básica de Saúde I (UBS I) da Asa Sul na quarta-feira (31/3), o que levou a sua exoneração nesta sexta-feira (2/4). A imunização dos coronéis e comandantes ocorre devido à circular vigente da Secretaria de Saúde do DF, que prevê a vacinação de doses remanescentes, também chamadas de “xepas”, nos policiais militares que fazem a segurança das vacinas, do transporte e dos locais de vacinação.

Em nota, a SES-DF informou que “esses profissionais também fazem parte do grupo de prioritários e já estarão nos locais trabalhando justamente para que a população tenha tranquilidade e segurança durante a aplicação das vacinas”.

Revolta

O deputado e bombeiro militar Roosevelt Vilela (PSB) gravou um vídeo em que considerou a situação como “inacreditável e inadmissível”. “Isso (vacinação antecipada) é um desrespeito aos mais de 20 policiais militares que perderam a vida para a covid-19. Enquanto você, policial da ativa, está no enfrentamento e na defesa da sociedade, o comandante-geral de gabinete fura fila da vacina”, disse.

O parlamentar afirmou que acionará o Artigo 101 da Lei Orgânica, que prevê, por meio da Câmara Legislativa do DF, o afastamento imediato dos gestores. Afirmou, ainda, que estará representando uma queixa-crime, exigindo que a Corregedoria da PM abra um conselho de justificação contra os oficiais. “Essas são ações efetivas e enérgicas no sentido de manter a moral e respeito de cada um desses PMs, que diuturnamente defendem a sociedade”, frisou.

 

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