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Brasil rejeita a presidência da Venezuela no Mercosul

Em carta aos países-membros, o ministro das Relações Exteriores, José Serra, afirmou que a presidência do bloco está vaga

Mercosul (Divulgação/Divulgação)
Mercosul (Divulgação/Divulgação)

O Brasil se uniu ao Paraguai e deixou claro que não reconhece a Venezuela como atual presidente do Mercosul, devido à grave crise política e econômica que assola o país petroleiro. Em carta enviada aos outros países-membros, o ministro das Relações Exteriores, José Serra, enfatizou que “não houve decisão consensual” sobre a Venezuela assumir o posto e, portanto, a liderança pro tempore do bloco está vaga.

O Mercosul encontra-se em um impasse desde a última sexta-feira, quando o Uruguai deu por concluído seu período na presidência, sem anunciar a transferência para qualquer outro membro. Brasil e Paraguai não aceitam que a Venezuela assuma o posto, que é rotativo e deveria ser ocupado durante seis meses por cada sócio, em ordem alfabética. Mesmo assim, o país de Nicolás Maduro negou os protestos e se “autoproclamou” líder.

De acordo o jornal O Estado de S. Paulo, Serra comentou em sua carta que a Venezuela não cumpriu com “disposições essenciais” para os membros do bloco. O ministro também criticou a decisão do Uruguai de deixar oficialmente o cargo – demonstrando que não rejeita a liderança venezuelana –, o que, segundo Serra, “gera incerteza e impõe a necessidade de adoção de medidas pragmáticas”.

Nesta segunda-feira, o chanceler paraguaio, Eladio Loizaga, disse que irá dirigir o bloco regional junto com Brasil e Argentina, uma solução que não foi reconhecida pelos venezuelanos. Já a chanceler argentina, Susana Malcorra, propôs uma reunião formal para resolver o impasse.

“Não existem argumentos jurídicos que evitem que a Venezuela assuma a presidência”, declarou a ministra venezuelana das Relações Exteriores, Delcy Rodríguez. “É a tríplice aliança, que pretende reeditar o Plano Condor”, sentenciou, em referência ao sistema coordenado entre as ditaduras do Cone Sul durante os anos 1970 e 1980. Segundo Rodríguez, o país “vai exercer o que lhe corresponde por direito”.

(Com AFP)

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