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Youtube bane canal “Terça Livre”, do blogueiro Allan dos Santos

Segundo a plataforma, o canal principal e uma conta reserva utilizada por Allan violaram os termos de serviço do site

Youtube: segundo a plataforma, o canal principal utilizado e uma conta reserva de Allan violaram os termos de serviço do site (Andressa Anholete / Correspondente/Getty Images)

O Youtube encerrou na noite desta quarta-feira, 3, dois canais do blogueiro bolsonarista Allan dos Santos, investigado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) no inquérito que mira a organização e financiamento de atos antidemocráticos. Foram desligados o canal principal utilizado por Allan e uma conta reserva que estava sendo utilizada pelo blogueiro – segundo a plataforma, ambos os perfis violaram os termos de serviço do site.

Segundo o Estadão apurou, a conta principal de Allan dos Santos já havia sofrido uma advertência quando o blogueiro passou a utilizar a conta reserva para burlar eventuais punições da plataforma. O uso de perfis alternativos para driblar as regras é uma das violações que levaram ao encerramento dos dois canais.

Em nota, o Youtube informou que “todos os conteúdos publicados na plataforma precisam seguir as diretrizes de comunidade” da rede social e que a empresa “se reserva o direito de restringir a criação de conteúdo de acordo com os próprios critérios”.

“Caso uma conta tenha sido restringida na plataforma ou impossibilitada de usar algum dos nosso recursos, o criador não poderá usar outro canal para contornar essas penalidades”, frisou a rede social. “Essa regra se aplicará a todo o período em que a restrição estiver ativa. Consideramos a violação dela um descumprimento dos nossos Termos de Serviço, o que pode levar ao encerramento da conta”.

Allan dos Santos é um dos alvos da investigação que mira suposta organização de atos em defesa da ditadura militar e contra a democracia no ano passado. Em setembro, o Estadão revelou conversas trocadas entre o blogueiro com o tenente-coronel Mauro Cesar Barbosa Cid, chefe da Ajudância de Ordem da Presidência da República, na qual Allan defende que “as Forças Armadas precisam entrar urgentemente”.

Em depoimento prestado à Polícia Federal e obtido pelo Estadão, Mauro Cid declarou à PF que não se recordava de “ter estabelecido” conversas com Allan dos Santos sobre a “necessidade de intervenção das Forças Armadas” e negou apoiar a ideia. Ele, no entanto, admitiu que fazia o “leva e traz” para o presidente Jair Bolsonaro – repassando mensagens de Allan e demais apoiadores ao Planalto.

Em julho passado, o blogueiro teve a conta no Twitter retida no País após a rede social atender ordem do ministro Alexandre de Moraes, que determinou a suspensão do perfil de Allan e de outros investigados, como a extremista Sara Giromini e o empresário Luciano Hang.

A medida foi justificada pela necessidade de “interromper discursos criminosos de ódio” e solicitada ainda em maio, quando apoiadores do governo foram alvo de buscas em operação da Polícia Federal. Na ocasião, Moraes apontou “sérios indícios” de que o grupo praticou crimes de calúnia, difamação, injúria, associação criminosa e contra a Segurança Nacional.

Essas tratativas ocorreriam em grupos fechados no aplicativo de mensagens Whatsapp, permitido somente a seus integrantes. O acesso a essas informações é de vital importância para as investigações, notadamente para identificar, de maneira precisa, qual o alcance da atuação desses empresários nessa intrincada estrutura de disseminação de notícias fraudulentas”, apontou o ministro.

O blogueiro, porém, passou a utilizar uma conta reserva e continua a utilizar o Twitter normalmente desde então. Após ser investigado e ser alvo de buscas pela Polícia Federal, Allan dos Santos deixou o País e atualmente reside nos Estados Unidos.

Todos os conteúdos no YouTube precisam seguir nossas diretrizes de comunidade. Contamos com uma combinação de sistemas inteligentes, revisores humanos e denúncias de usuários para identificar conteúdo suspeito e agimos rapidamente sobre aqueles que estão em desacordo com nossas políticas. O YouTube também se reserva o direito de restringir a criação de conteúdo de acordo com os próprios critérios. Caso uma conta tenha sido restringida na plataforma ou impossibilitada de usar algum dos nossos recursos, o criador não poderá usar outro canal para contornar essas penalidades. Essa regra se aplicará a todo o período em que a restrição estiver ativa. Consideramos a violação dela um descumprimento dos nossos Termos de Serviço, o que pode levar ao encerramento da conta.

Nota do YouTube

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