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Votação na Áustria testa força da ultra-direita na Europa

Parlamento do país decide destino do primeiro-ministro após divulgação de vídeo de seu vice negociando contratos públicos em troca de apoio eleitoral

Sebastian Kurz (Leonhard Foeger/Reuters)

A força do ultra-direita na Áustria será testada nesta segunda-feira, 27. O primeiro-ministro Sebastian Kurz enfrenta uma votação de não confiança no Parlamento depois que um escândalo em seu governo destruiu sua aliança com os partidos de direita. Em assembleia especial, os parlamentares decidirão se o jovem político de 32 anos, do Partido Popular austríaco, deve continuar na posição.

A crise na administração de Kurz começou no sábado 18, antes das eleições parlamentares europeias, quando as publicações alemãs Der Spiegel e Süddeutsche Zeitung postaram um vídeo do vice de Kurz, Heinz-Christian Strache, o líder do Partido da Liberdade (FPÖ), filmado em Ibiza negociando contratos públicos em troca de apoio na campanha política com uma suposta herdeira russa.

Com o escândalo, o primeiro-ministro austríaco cancelou sua coalizão com o partido de ultra-direita FPÖ. No domingo, 19, o presidente do país, Alexander Van der Bellen, propôs convocar novas eleições para setembro. O Ministro de Interior do governo, também do Partido da Liberdade, Hebert Kickl, foi demitido do posto na segunda-feira passada e os outros ministros da mesma legenda também deixaram seus cargos na sequência.

Ainda não está claro se essa desvinculação do FPÖ será suficiente para garantir uma maioria de votos no Parlamento para Kurz poder seguir governando. Seu partido, apesar de ter a maior porcentagem de assentos na Casa, controla somente um terço dos votantes. Ele precisará do apoio die FPÖ e dos Sociais Democratas (SPO) se quiser vencer.

Com a demissão dos membros do Partido da Liberdade do governo, fica difícil imaginar que haverá apoio por parte da legenda. Assim, o destino do primeiro-ministro estará nas mãos do SPO, que pode se unir ao FPÖ pelo poder ou optar pela manutenção da estabilidade do governo e apoiar Kurz.

Caso o primeiro-ministro caia, o presidente deverá nomear um novo chanceler para organizar um governo interino até as eleições. A mídia austríaca especula que o nome para suceder Kurz será um político mais velho, como o antecessor de Van der Bellen, Heinz Fischer, de 80 anos. A oposição aposta e defende a criação de uma administração apartidária antes do novo pleito.

Pelas regras parlamentares, até, no máximo, a próxima quarta-feira, 29, os parlamentares terão definido o destino político da Áustria. Nesse momento, tanto para o primeiro-ministro quanto para a oposição, a costura de novas alianças políticas é chave para ficar ou chegar ao poder.

 

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