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Vigilantes da Saúde do DF fazem paralisação por pagamento de salários

Segundo associação, 2,7 mil funcionários aguardam depósito desde sexta. Salário médio da categoria é de R$ 2,5 mil; três empresas prestam serviço.

Entrada do Hospital de Base de Brasília (Foto: Gabriel Luiz/G1)
Entrada do Hospital de Base de Brasília (Foto: Gabriel Luiz/G1)

Vigilantes de centros de saúde do Distrito Federal paralisaram os serviços às 7h desta segunda-feira (10). O grupo protestou em frente à emergência do Hospital de Base, reivindicado o pagamento dos salários de 2,7 mil funcionários que, segundo a categoria, não foi realizado até o quinto dia útil do mês. Até a publicação desta reportagem, os vigilantes continuavam de braços cruzados.

Segundo o presidente da Associação dos Profissionais de Segurança e Vigilância do Distrito Federal e Entorno, Givaldo de Souza, o valor deveria ter sido pago na última sexta-feira (7). O salário médio dos funcionários de vigilância sanitária, postos de saúde, hospitais e inspeção de saúde gira em torno de R$ 2,5 mil.

“Até que haja um posicionamento das três empresas, nós vamos continuar com a paralisação”, afirmou Souza. As empresas contratadas pelo governo do Distrito Federal são Ipanema, Confederal, e Brasília Segurança.

A categoria afirma que, há seis meses, recebe os salários com atrasos. O Hospital de Base é um dos centros de saúde que mais vão sofrer com a paralisação, pois cerca de 60 vigilantes trabalham no local, disse Souza.

Em junho, a categoria realizou uma série de protestos contra a demissão de 700 funcionários. O número representa quase 10% do total do efetivo da categoria, de acordo com o sindicato dos trabalhadores. Atualmente, as empresas que prestam serviço ao GDF têm 6,7 mil vigilantes contratados. O sindicato diz que a categoria atua com um déficit de 700 funcionários.

De acordo com o presidente do sindicato dos vigilantes, Francisco Paulo de Quadros, as demissões causam prejuízo à segurança de pontos como o Parque da Cidade, Centro de Convenções, zoológico e escolas. “Nós queremos a suspensão do aviso prévio dos 600 trabalhadores e vamos conversar com o chefe da Casa Civil [Sérgio Sampaio] para reverter essa situação.”

O deputado Chico Vigilante (PT), diretor do sindicato, esteve na reunião com o chefe da Casa Civil a fim de negociar as demandas da categoria. “Levamos a proposta de suspensão das demissões dos vigilantes e para as contratações por meio da licitação de 7.410 cargos. O Sérgio [Sampaio] achou nossa proposta interessante disse que irá levar para a Secretaria do Planejamento. Agora vamos esperar.”

Vigilantes em frente a carro de som durante protesto na manhã desta segunda-feira (13) em frente ao Palácio do Buriti, em Brasília (Foto: Mateus Vidigal/G1)

Os vigilantes dizem que a redução do número de terceirizados é causada pela decisão do GDF de reduzir gastos. Apesar disso, o GDF publicou no Diário Oficial, em abril, edital para contratar 7.410 trabalhadores para fazerem a segurança patrimonial do Estado ao custo de R$ 555,7 milhões por ano. Os novos postos atenderiam a Secretaria de Planejamento e outros 64 órgãos do Executivo local.

“As empresas disseram que o GDF não tem dinheiro, que estão fazendo corte de gastos e precisam fazer as demissões. Isso vai prejudicar a segurança da cidade”, afirmou o presidente do sindicato.

O vigilante Márcio de Sousa Lima, de 54 anos e que trabalha há 16 na função, foi demitido na última semana da biblioteca do Setor Central do Gama. “Eu não sei fazer outra coisa que não serviço de segurança, nunca havia passado por isso”, conta. O salário de um vigilante é de R$ 2.454,78, já incluindo o benefício de R$ 566 de risco de vida.

 
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