25.5 C
Brasília
HomeSaúdeUm remédio vital para pessoas com diabetes, mas que não mexe na...

Um remédio vital para pessoas com diabetes, mas que não mexe na glicemia

Nosso colunista aborda as estatinas, um grupo de medicamentos que reduz o colesterol e que a maioria dos pacientes com diabetes tipo 2 deve tomar

As estatinas, usadas para controlar o colesterol, são comumente prescritas entre pessoas com diabetes tipo 2. (Foto: GI/Getty Images)

Você deve estar imaginando que vou falar de mais um lançamento para controlar a glicemia das pessoas com diabetes tipo 2. Mas, na verdade, pretendo abordar uma classe de medicamentos muito antiga e que não reduz as taxas de glicose no sangue. Ainda assim, ela é fundamental para a sobrevivência desses pacientes: são as estatinas.

As estatinas reduzem, e muito, o colesterol ruim (LDL), que se acumula na parede de artérias já inflamadas, promovendo entupimentos que podem culminar em amputação nas pernas, infarto do coração e derrame cerebral. Esses dois últimos problemas, aliás, são as principais causas de morte em indivíduos com diabetes.

Há mais de 20 anos, diversos estudos mostram que, quanto mais baixo o colesterol ruim de pessoas com diabetes, menor o risco de desenvolver doenças cardiovasculares. As diretrizes da Associação Americana de Diabetes indicam o uso de estatinas para quase a totalidade de pacientes acima de 40 anos de idade.

As estatinas mais receitadas no Brasil são a sinvastatina, rosuvastatina, atorvastartina e pitavastatina. Elas devem ser utilizadas uma única vez ao dia e possuem também formulações genéricas e similares, o que reduz o custo do tratamento, que é para a vida toda.

Grandes e importantes pesquisas (mesmo não patrocinadas pela indústria farmacêutica) apontaram que o controle de colesterol, pressão, glicose, tabagismo e sedentarismo é tão eficaz quanto uma cirurgia do coração ou colocação de “stent” em quem já possui placas e obstrução nas artérias coronárias.

As reações adversas das estatinas são raríssimas e, sem dúvida, seus benefícios suplantam os poucos riscos. Ainda assim, se houver alguma contraindicação — ou se as estatinas não estiverem surtindo o efeito desejado —, há outros bons remédios. Mais recentemente, surgiram os inibidores de PCSK9, que são medicações injetáveis com enorme potencial para controlar o colesterol.

Mas e a dieta? Na verdade, o colesterol ruim é produzido em grande parte pelo próprio organismo. E possui um cunho genético muito importante. Embora a dietoterapia seja relevante, é pouco efetiva para promover grandes reduções do LDL.

No consultório, eu vejo muitos pacientes magros, com alimentação saudável e fisicamente ativos que apresentam níveis elevadíssimos desse tipo de colesterol. Se você foi diagnosticado com diabetes tipo 2, não deixe de conversar com seu médico sobre esse assunto e as estatinas.

Veja Também