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UE acelera vacinação com Pfizer-BioNTech; Dinamarca abandona AstraZeneca

A vacinação continua sendo a principal arma contra a covid-19, que já matou mais de 2,9 milhões de pessoas em todo o mundo

(crédito: JOEL SAGET / AFP)

A campanha de vacinação contra a covid-19, que sofre com os contratempos das vacinas Johnson & Johnson e AstraZeneca, será beneficiada na Europa com a ajuda dos laboratórios BioNTech/Pfizer – com a entrega de mais doses do que o previsto no segundo trimestre.

A Dinamarca se tornou nesta quarta-feira (14/6) o primeiro país da Europa a desistir definitivamente da vacina AstraZeneca, cujo uso já se tornou restrito na maioria dos países da União Europeia devido a possíveis casos de trombose.

Já a dupla alemã-americana Pfizer-BioNTech vai acelerar as entregas: 50 milhões de doses de sua vacina, inicialmente previstas para o último trimestre, serão entregues a partir de abril, elevando o total de doses para 250 milhões no segundo trimestre, anunciou o Executivo europeu.

Boas notícias para a UE após o anúncio, na véspera, pela americana Johnson & Johnson – que deveria entregar 55 milhões de doses aos 27 no 2º trimestre -, de que “atrasaria a implantação” de sua vacina de dose única após relatos nos Estados Unidos de coágulos sanguíneos em pessoas vacinadas.

Esses casos estão sendo investigados pela agência reguladora europeia de medicamentos, EMA, que planeja se pronunciar na próxima semana sobre a vacina Janssen (Johnson & Johnson).

Mais de 55 anos

A França, que reservará a vacina da Johnson & Johnson para pessoas com mais de 55 anos, assim como o fármaco da AstraZeneca, reafirmou a “confiança” do país na vacina do laboratório anglo-sueco.

As duas vacinas usam a mesma tecnologia baseada em adenovírus como vetor.

Os bispos católicos poloneses expressaram sua “séria objeção moral” ao uso dessas duas vacinas, cuja produção depende, segundo eles, “de células de fetos abortados”.

Para restaurar a confiança na AstraZeneca, o governo do Chipre decidiu usá-la para vacinar todos os seus ministros.

O presidente russo, Vladimir Putin, que anunciou ter recebido sua segunda dose da vacina, mas sem especificar qual, pediu a todos que “sigam seu exemplo”.

A vacinação continua sendo a principal arma contra a covid-19, que já matou mais de 2,9 milhões de pessoas em todo o mundo, de acordo com uma contagem estabelecida pela AFP na quarta-feira (16/6) a partir de dados fornecidos pelas autoridades de saúde.

Sua expansão é de extrema importância, levando em conta o avanço das variantes, mais contagiosas.

Voos suspensos

No hospital bávaro em Freising, na Alemanha, avisos com a palavra “variante” agora são exibidos na entrada dos quartos dos pacientes com covid.

A maioria dos pacientes é portadora da variante britânica e é bem mais jovem, “com entre 40 e 60 anos”, segundo o médico Thomas Marx, diretor da unidade de terapia intensiva

Para limitar o avanço da variante brasileira, a França, suspendeu seus voos com o Brasil até 19 de abril.

A UE abriu negociações formais com a BioNTech e a Pfizer para encomendar 1,8 bilhão de doses adicionais das vacinas de “2ª geração”, destinadas a combater as variantes atuais e futuras do coronavírus.

“Poderíamos precisar, em determinado momento, de doses de reforço, até mesmo para desenvolver vacinas adaptadas às novas variantes”, ressaltou a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, lembrando que a vacina de RNA mensageiro “tem demonstrado sua eficácia”.

Essa tecnologia, utilizada pela BioNTech-Pfizer e pela americana Moderna, é considerada mais rápida e fácil de se adaptar, e atualmente está se mostrando mais eficaz contra as variantes sul-africana e brasileira – ao contrário da AstraZeneca.

O Irã, por sua vez, anunciou a suspensão das ligações aéreas com a França ao mesmo tempo em que reautorizou as com o Reino Unido, onde o progresso da vacinação permite um desconfinamento gradual.

Desigualdades

Fortes desigualdades persistem em todo o mundo nas campanhas de vacinação.

Na Índia, que tem apenas 8,1 doses injetadas (primeira e segunda) por 100 habitantes, centenas de pessoas testaram positivo para o coronavírus entre as multidões que lotam as margens do Ganges para a peregrinação hindu de Kumbh Mela, um dos maiores encontros religiosos do mundo.

No Japão, o prazo de 100 dias para os Jogos Olímpicos preocupa: uma etapa do revezamento da tocha olímpica acaba de ser cancelada, enquanto uma autoridade médica alertou sobre os riscos do evento.

A União Europeia, que acaba de ultrapassar as 100 milhões de doses administradas, tem uma das campanhas de vacinação mais avançadas do mundo, mas está muito atrás de Israel, Reino Unido e Estados Unidos.

Em Israel, onde seis em cada dez pessoas (61,6%) já receberam pelo menos uma dose, o retorno dos primeiros turistas acaba de ser anunciado a partir de 23 de maio.

A Dinamarca anunciou que vai flexibilizar gradualmente as regras relativas a viagens ao exterior, visando uma circulação de viajantes europeus sem quarentena a partir do final de junho.

Na Bélgica, cafés e restaurantes poderão abrir suas áreas externas em 8 de maio, enquanto a Suíça, sob pressão dos setores mais afetados da economia, se prepara para aliviar suas medidas anticovid a partir de 19 de abril.

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