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Técnica criada no DF para tratamento de catarata é premiada nos EUA

Procedimento usa laser para retirar lente que apresente defeito no olho. Novo método também foi reconhecido nacionalmente em junho deste ano.

Prêmio recebido nos EUA por cirurgião de Brasília por criação de nova técnica cirúrgica (Foto: Jonathan Lake/Arquivo Pessoal)
Prêmio recebido nos EUA por cirurgião de Brasília por criação de nova técnica cirúrgica (Foto: Jonathan Lake/Arquivo Pessoal)

a técnica desenvolvida no Distrito Federal para tratamento de complicações da catarata recebeu um prêmio nacional e outro nos Estados Unidos. O procedimento consiste em usar lasers para retirar lentes defeituosas colocadas no globo ocular de quem tem catarata. Até então, o trabalho era manual e envolvia uso de pinças e microtesouras durante a cirurgia. A lente intraocular é utilizada para devolver a visão de quem sofre da doença.

O laser já era empregado para retirar a catarata em si, que deixa opaco o cristalino do olho. Segundo um dos criadores do novo método, Jonathan Lake, são raros os casos em que a lente artificial fica inutilizável, por também se tornar opaca ou “sobrar muito grau”.

A razão desse problema ainda é desconhecida. “É menos de 1% de chance [de ocorrer]. Mas quando acontece, o paciente sofre”, afirmou o oftalmologista nascido nos EUA e naturalizado brasileiro neste ano.

“O que conseguimos fazer é remover a lente defeituosa com corte mínimo. Como essa lente pode ser um pouco dura e grossa, é preciso ter habilidade para tirar. Você termina tendo que manipular mais, até porque o olho do paciente mexe. Com o laser, praticamente sem encostar no olho, a gente consegue fazer esses cortes”, explicou.

O oftalmologista Jonathan Lake, com seu jaleco (Foto: Jonathan Lake/Arquivo Pessoal)

De acordo com o oftalmologista, a técnica é menos agressiva para o paciente. “A recuperação depois é mais rápida. Em vez de dez dias, cai dois. A inflamação também é menor. E principalmente, isso pode ser feito por qualquer cirurgião porque com laser é muito mais fácil”, disse.

Radicado em Brasília desde 2009, Lake começou a fazer os primeiros testes em agosto do ano passado quando constatou que além do “olho natural” com catarata, o laser também conseguia quebrar a lente. A primeira cirurgia do tipo veio no mês seguinte.

O primeiro prêmio veio em maio, pela Sociedade Americana de Catarata e Cirurgia Refrativa. Em junho, a sociedade brasileira concedeu R$ 7 mil pela descoberta. “O laser é usado há três anos no Brasil e seis anos lá fora. Ele é muito versátil na medicina. Com certeza, foi um avanço.”

Catarata
A catarata é a perda da transparência do cristalino, lente natural situada atrás da íris. Ela causa visão embaçada, dupla ou com falta de nitidez. Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), a doença é responsável por 47,8% dos casos de cegueira no mundo. Idosos são os principais afetados.

Histórico familiar pode influenciar o surgimento da catarata. A cirurgia é indicada quando a condição passa a atrapalhar as atividades diárias da pessoa. O maior risco da cirurgia é a infecção bacteriana, não necessariamente durante o procedimento, mas sim no decorrer do pós-operatório. Caso o paciente sinta dor é preciso voltar ao oftalmologista.

Olho durante procedimento cirúrgico (Foto: Jonathan Lake/Arquivo Pessoal)
 

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