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SuperAgro: como o agronegócio brasileiro contribui para a paz no planeta

Brasil tem a tríade perfeita de elementos para ser a potência mundial na produção de alimentos, mas ainda precisa resolver questões como logística e infraestrutura

Agronegócio: Brasil deve produzir uma safra recorde de 268,3 milhões de toneladas de grãos em 2020/21, alta de 4,4% na comparação anual (Edwin Remsburg/Getty Images)

Mesmo em meio a maior crise da história recente, causada pela pandemia do coronavírus, o agronegócio foi o setor que mais contribuiu para o crescimento da economia brasileira no último ano. Enquanto, num geral, o país encolheu 4,1%, a agropecuária registrou crescimento de 2% em 2020 – e deve continuar crescendo não apenas no próximo ano, mas nas próximas décadas. Estimativas da OCDE apontam que, para suprir a crescente demanda de alimentos nos próximos 10 anos, a produção global deve saltar 20%, puxada especialmente pela produção brasileira, que deve crescer 41% para dar conta do recado.

Graças aos investimentos do agronegócio em ciência e tecnologia nas últimas décadas, o Brasil tem capacidade de liderar a expansão dessa produção global, inclusive exportando tecnologias de cultivo para países que hoje sofrem com a escassez de alimentos – que já motiva até guerras em certos pontos do planeta, como explicou o engenheiro agrônomo Alysson Paolinelli na abertura do SuperAgro 2021.

“Enquanto outras áreas temperadas do planeta tem apenas alguns dias para plantar, o Brasil desenvolveu tecnologia para ofertar sua produção durante 12 meses do ano. Temos alimentos de qualidade a um preço bom e com oferta constante”, explicou o Paolinelli, indicado ao Nobel da Paz pela sua trajetória no setor. “Hoje as guerras não acontecem por armas, mas por alimentos, o que causa inclusive crises migratórias para áreas mais ricas do planeta. Não há paz sem alimentos, e nós estamos conseguindo levar alimentos e tecnologias para que essas regiões econômica e socialmente desiguais.”

Embaixador especial da FAO para o Cooperativismo e coordenador da FGV Agro, Roberto Rodrigues também participou do painel de abertura do SuperAgro 2021. Para ele, o Brasil tem a tríade perfeita de elementos para ser a potência mundial na produção de alimentos (terra disponível, tecnologia sustentável e gente capaz), mas ainda guarda algumas deficiências, como logística e infraestrutura, a ausência de uma política de renda consistente para o campo e abertura de mercado.

Precisamos de uma diplomacia de resultados, que construa acordos comerciais que consolidem nossos espaços e criem novos, gerando demanda para que o agro brasileiro cresça e gere renda. Com esse conjunto de temas, temos a agricultura brasileira impulsionada para garantir o aumento da oferta de alimentos suficiente para suprir a demanda global, reduzindo guerra e conflitos gerados pela fome.

Roberto Rodrigues, embaixador especial da FAO para o Cooperativismo e coordenador da FGV Agro

O painel de abertura do SuperAgro 2021 discutiu também as novas tecnologias para o campo, como a conectividade rural através do 5G, as questões políticas urgentes para destravar investimentos privados e o potencial da juventude e sua grande preocupação com o meio ambiente para o desenvolvido de práticas cada vez mais sustentáveis para o agronegócio brasileiro.

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