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Serviços avançam 2,6% em julho, mas ainda não chegam ao nível pré-pandemia

Nos meses de junho e julho, o setor acumula ganho de 7,9%. Na comparação anual, no entanto, o setor tem sua quinta taxa negativa seguida, com queda de 11,9%

Funcionárias usando máscara de proteção em loja do shopping Patio Brasil, em Brasilia. 27 de maio de 2020 (Andre Borges/Bloomberg/Getty Images)

O setor de serviços teve sua segunda taxa positiva seguida em julho, quando avançou 2,6%, informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). nesta sexta-feira, 10, na Pesquisa Mensal de Serviços (PMS).

Nos meses de junho e julho, o setor acumula ganho de 7,9%. Na comparação anual, no entanto, o setor tem sua quinta taxa negativa seguida, com queda de 11,9% em relação a julho de 2019.

O recuo anual ficou um pouco abaixo do consenso no mercado, que esperava que a queda ficasse ao redor de 10%. Mas veio um pouco melhor do que a queda de 12,3% registrada em junho.

No acumulado dos primeiros sete meses de 2020, houve recuo de 8,9%. Já em doze meses, o volume de serviços caiu 4,5%.

Os seerviços começaram a se recuperar em junho, depois de passarem por uma sequência de quatro taxas negativas entre fevereiro e maio, período em que acumulou uma perda de 19,8%.

A atividade de serviços está 22,2% abaixo do recorde histórico de novembro de 2014.

“A atividade de serviços atingiu o fundo do poço em maio e encenou uma recuperação gradual em junho-julho, em conjunto com o maior relaxamento dos protocolos de distanciamento social e generosos programas de apoio à receita fiscal”, ressalta Alberto Ramos, economista chefe para América Latina do Goldman Sachs.

Com um peso de 70% no Produto Interno Bruto (PIB), os seriços têm tido mais dificuldade para se recuperar da crise do coronavírus do que indústria e comércio, que vêm apresentando uma recuperação mais rápida. Por ser mais dependente de atividades presenciais, o segmento de serviços prestados a população sofreu mais durante o período de isolamento.

O setor já vinha sendo penalizado com uma redução da demanda em fevereiro, antes do começo da pandemia, cujos efeitos negativos se concentraram nos meses de março, maio e abril. O IBGE destaca que, apesar do avanço de 2,6% em julho, os seviços ainda recuperaram o que perderam entre fevereiro e maio.

 (IBGE/Divulgação)

SP e RJ ainda seguram avanço

O aumento do colume de serviços foi notado em 20 das 27 unidades da federação, diz o IBGE, com destaque para São Paulo (1,6%) e Rio de Janeiro (3,3%), que tiveram as maiores taxas de cresicmento.

Rio Grande do Sul (3,5%) e do Distrito Federal (5,2%) vem na sequência. Do lado das baixas, vem Ceará (-2,5%) e Bahia (-0,9%).

Na comparação anual, por outro lado, o setor ainda registra recuo em 25 das 27 unidades da federação. Nessa comparação, São Paulo (-10,7%), e Rio de Janeiro (-9,2%) também são os destaques, seguidos de Minas Gerais (-11,8%), Paraná (-15,4%), Bahia (-26,4%) e Rio Grande do Sul (-14,4%).

O IBGE destaca que São Paulo e Rio de Janeiro são os estados de maior percentual de participação no setor de serviços como um todo. São Paulo, com 43% dos serviços do país e Rio de Janeiro, com 15%.

“As únicas contribuições positivas vieram de Mato Grosso (0,8%) e Rondônia (5,2%), impulsionados pelo bom desempenho de atividades correlatas ao agronegócio em Mato Grosso, e de gestão de portos e terminais e de transporte aquaviário e rodoviário de cargas, em Rondônia”, diz o Instituto.

Setores

Quatro das cinco atividades monitoradas no setor tiveram alta em julho. Serviços de informação e comunicação (2,2%) e de transportes, serviços auxiliares aos transportes e correio (2,3%) foram os destaques.

Esse primeiro acumula ganho de 6,3% nos últimos dois meses, mas ainda sem eliminar as perdas de 9,2% dos cinco primeiros meses do ano, diz o IBGE. Já o segundo ramo cresceu 14,4% entre maio e julho, depois de recuar 25,2% no período março-abril.

O único resultado negativo de julho ficou com os serviços prestados às famílias (-3,9%), após avançar 12,2% entre maio e junho.

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