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Sequenciamento de genoma do novo coronavírus mostra que variante de Manaus ainda predomina no DF

Cepa é considerada mais transmissível. Análise mais recente dos especialistas avaliou 92 amostras da capital e identificou variante P1 em 100% dos casos.

Sars CoV-2, o novo coronavírus causador da Covid-19 — Foto: Foto: Mayo Clinic

A Secretaria de Saúde informou, nesta quinta-feira (10), que a variante brasileira do novo coronavírus P1, identificada inicialmente em Manaus (AM), é a que ainda predomina no Distrito Federal. Segundo a pasta, a constatação foi feita após o sequenciamento do genoma da cepa (RNA), realizado pelo Laboratório Central de Saúde Pública (Lacen), em parceria com pesquisadores da Universidade de Brasília (UnB).

A análise mais recente dos especialistas avaliou 92 amostras coletadas em Brasília. Todas (100%) apresentaram resultado para a cepa P1. A partir dessa análise, a pasta considera que a variante predomina na capital.

O sequenciamento genômico analisa as características do vírus e consegue identificar a qual grupo de variante ele pertence. A análise começou em janeiro deste ano e sequenciou 490 amostras. Para serem consideradas aptas para avaliação, os casos precisam obedecer alguns critérios como:

  • Óbitos;
  • Pacientes sem comorbidades com evolução para formas graves;
  • Casos de reinfecção.

Segundo o Lacen, a partir do resultado, é possível conhecer as rotas de circulação do vírus. Além disso, o trabalho permite que seja possível identificar a necessidade de implementar medidas mais rígidas de contenção da doença, como o isolamento social

Proliferação

Passageiros em fila na Rodoviária do Plano Piloto, em Brasília, em imagem de arquivo — Foto: TV Globo/ReproduçãoPassageiros em fila na Rodoviária do Plano Piloto, em Brasília, em imagem de arquivo — Foto: TV Globo/Reprodução

O virologista da UnB Bergmann Ribeiro explicou que a variante P1 tem capacidade para se espalhar mais rapidamente, em comparação com as outras cepas encontradas inicialmente na capital. De acordo com o especialista, ela é capaz de produzir mais vírus em comparação com as outras.”

“A P1 não predomina apenas em Brasília, mas sim no Brasil. Ela transmite muito mais rapidamente e tem ‘uma vantagem evolutiva”‘, disse.

O especialista afirma ainda que não há informações se a cepa causa mais danos ao ser humano. Porém, ele explica que com a alta taxa de contágio, são mais pessoas hospitalizadas e, consequentemente, mais mortes.

Em relação às vacinas, Bergmann afirmou que os imunizantes conseguem neutralizar a variante de Manaus.

A predominância da cepa P1, segundo o professor, é um sinal de alerta para a população. De acordo com ele, as pessoas precisam evitar aglomerações, usar máscara de uso de proteção facial e fazer a higienização das mãos.

“Todos sabemos que não é uma gripe. Temos quase 500 mil mortos no país e uma taxa de transmissão que está próxima de 1, o que significa que [o ritmo da] a doença não está caindo”, ressaltou.

Covid-19 no DF

Leitos ocupados no Hospital Regional da Asa Norte (Hran), em Brasília — Foto: SindEnfermeiro-DF/Divulgação
Leitos ocupados no Hospital Regional da Asa Norte (Hran), em Brasília — Foto: SindEnfermeiro-DF/Divulgação.

Nesta quarta-feira (9), o Distrito Federal atingiu a marca de 8.869 mortes provocadas pela Covid-19. Entre as vítimas, estava uma criança com menos de dois anos, o segundo caso nesta faixa etária contabilizado em Brasília.

Ao todo, são 413.422 infectados pela doença no DF. Desses 396.377 estão recuperados, o que representa 95,9% do total.

Apenas nos primeiros nove dias de junho, Brasília teve 7.519 novos diagnósticos e 198 vítimas confirmadas.

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