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Sem consentimento, mulheres são filmadas sem roupas em clínica e expostas nas redes sociais

Proprietária do estabelecimento negou o crime e afirma que seu celular foi hackeado; influenciadora que foi vítima lamenta o caso

A influenciadora Beth Campêlo, uma das vítimas, usou as redes sociais para falar sobre o caso
Foto: Reprodução: Instagram/bethcampeloo

Mulheres clientes de uma clínica de estética denunciaram ter sido filmadas sem roupas e sem autorização pela dona do estabelecimento, no bairro Messejana, em Fortaleza. As vítimas tiveram as imagens gravadas indevidamente expostas nas redes sociais e denunciaram o caso.

A proprietária da clínica, Val Silveira, disse, em depoimento, que foi alvo de uma quadrilha que instalou aplicativos que permitiam controlar o celular dela. Conforme a empresária, os criminosos fizeram as filmagens das clientes nuas sem que ela soubesse.

Em nota, a Secretaria de Segurança Pública do Ceará afirmou que investiga a denúncia de crime contra a dignidade sexual, praticado em ambiente virtual, conforme relatam as clientes que tiveram imagens íntimas vazadas. A Delegacia de Defraudações e Falsificações destacou que a dona da clínica também registrou um boletim de ocorrência em que afirma que teve seu perfil invadido.

A situação veio a público na segunda-feira (11) após os perfis da dona da clínica começarem a publicar uma série de imagens que mostravam várias clientes filmadas enquanto se trocavam ou enquanto aguardavam os procedimentos iniciarem. A influenciadora Beth Campêlo, uma das vítímas, também falou sobre o caso.

“Era o meu momento de relaxar e eu nunca imaginei que a Val faria isso, nunca mesmo, nunca imaginei. Teve um momento que eu meio que notei (que Val filmava), aí ela já meio que justificou: ‘Amiga, eu bati só uma foto para acompanhar teu resultado”, disse ela.

O g1 conversou com exclusividade com duas mulheres que tiveram as imagens expostas e teve acesso ao boletim de ocorrência.

Segundo uma vítima que preferiu não se identificar, ela frequentava a clínica há cerca de dois meses para fazer serviços de drenagem após ter passado por uma cirurgia no abdômen.

“Ela sempre filmava a gente sem a gente perceber. Ela ficava em um canto sentada, numa mesinha que ela tinha, enquanto a gente botava a cinta ou alguma coisa do tipo, porque como era um procedimento muito invasivo, que também pegava as partes íntimas, querendo ou não a gente tinha que ficar sem roupa, mas em nenhum momento a gente esperava que tava [sic] sendo filmada”, desabafa.

Em conversa com a reportagem, Val Silveira, afirmou que era extorquida por um homem com quem se relacionava online e pelos comparsas dele. A versão é diferente do que ela relatou aos policiais. No BO, ela afirma que a quadrilha teria instalado aplicativos que davam acesso a todo o sistema do seu celular, e que nunca fazia vídeos das clientes por conta própria, apenas fotos.

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