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Saúde investiga 6 mortes por suspeita de hepatite misteriosa em crianças

Com origem ainda desconhecida, doença provoca sintomas como febre, vômito e dor abdominal

(Getty Images/Pedro Vilela)

O Ministério da Saúde investiga 69 casos suspeitos de hepatite misteriosa em crianças e adolescentes de até 16 anos, dos quais seis resultaram em óbitos. O número é desta sexta-feira. Documento obtido pelo GLOBO mostra que 27 desses infectados tiveram que ser internados.

Ao todo, são cinco casos suspeitos a mais desde a última atualização de dados divulgada pela pasta, que notificou 64 suspeitas na última segunda. Uma análise do ministério aponta que a maior parte dos registros se concentra na região Sudeste, com 27 em São Paulo e 10 em Minas Gerais. O documento não aponta o número exato de casos no Rio de Janeiro, mas estima que o estado possui entre quatro e nove casos suspeitos. Outros 15 casos já foram descartados.

“Cabe ressaltar que os óbitos seguem em investigação e que estas são informações preliminares”, diz o documento. O ministério não informou os detalhes da faixa etária das vítimas dos óbitos.

Metade dos casos investigados no país ocorreu em crianças de até seis anos. O maior risco acomete bebês de 1 a 2 anos, o que representa 23,2% das infecções em investigação. Meninas correspondem a 36 notificações e meninos, a 33.

Os principais sintomas apresentados foram febre, icterícia, vômito e dor abdominal. Os pacientes também relataram colúria, conhecida como urina escura, diarreia e acolia fecal, que são fezes brancas.

O documento também aponta que há 614 casos notificados e 14 mortes no mundo por hepatite misteriosa. Do total, seis ocorreram na Indonésia e cinco, nos Estados Unidos. Irlanda, México e Palestina registraram um óbito cada.

Os dados são de redes de hepatite e organizações clínicas, como Associação Europeia para o Estudo do Fígado, a Sociedade Europeia de Microbiologia Clínica e Doenças Infecciosas (ESCMID) e a Sociedade Europeia de Gastroenterologia Pediátrica, Hepatologia e Nutrição (ESPGHAN).

A origem dessa hepatite ainda é desconhecida para cientistas, que já descartaram uma possível relação com a vacinação contra a Covid-19 — uma razão é que a maioria dos casos acomete crianças que ainda não podem ser imunizadas. O ministério monitora a doença a partir da sala de situação, coordenada Secretaria de Vigilância em Saúde (SVS).

“A etiologia dos casos atuais de hepatite aguda permanece desconhecida e sob constante investigação. A OMS segue monitorando a situação de casos semelhantes em parceria com os Estados Membros e recomenda esforços conjuntos para identificar, investigar e comunicar casos potenciais”, diz o documento.

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