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Rombo nas contas públicas é recorde no semestre

Setor público consolidado teve déficit de R$ 34 bilhões de janeiro a junho, segundo BC; o resultado é o maior desde 2001 e era esperado por analistas

Governo central teve déficit de R$ 33,981 bilhões no primeiro semestre enquanto estados e municípios, saldo positivo de R$ 11,300 bilhões (Ueslei Marcelino/Reuters/VEJA)
Governo central teve déficit de R$ 33,981 bilhões no primeiro semestre enquanto estados e municípios, saldo positivo de R$ 11,300 bilhões (Ueslei Marcelino/Reuters/VEJA)

As contas do setor público consolidado acumulam um déficit primário de 23,776 bilhões de reais no primeiro semestre deste ano, conforme informou nesta sexta-feira o Banco Central. O valor é o pior resultado da série histórica iniciada em 2001 e  representa 0,79% do Produto Interno Bruto (PIB). No mesmo período do ano passado, havia superávit primário no valor de 16,224 bilhões de reais ou 0,56% do PIB. No acumulado de janeiro a maio de 2016, o déficit estava em 13,714 bilhões de reais.

Os dados divulgados hoje pelo BC englobam as contas do Governo Central, além daquelas referentes a Estados, municípios e empresas estatais, com exceção da Petrobras e Eletrobras. A abrangência desse resultado é diferente da feita pelo Tesouro Nacional, que considera apenas o Governo Central. A apuração do Tesouro, divulgada na quinta-feira, também indicou um déficit recorde para a primeira metade do ano.

Contribuiu para o resultado negativo do setor público consolidado um déficit, de janeiro a junho, de 33,981 bilhões de reais do Governo Central (1,13% do PIB), segundo o Banco Central. Já os governos regionais (Estados e municípios) apresentaram um saldo positivo de 11,300 bilhões de reais (0,37%). Destes, 10,801 bilhões de reais foram dos Estados (0,36% ), e os municípios alcançaram um resultado positivo de 498 milhões de reais (0,02%). As empresas estatais registraram um déficit de 1,094 bilhão de reais nos primeiros seis meses deste ano (0,04% ).

No mês de junho, o setor público consolidado apresentou déficit primário de 10,061 bilhões de reais. O valor também representa o pior registrado para o mês desde 2001,  e estava dentro das estimativas de analistas do mercado financeiro. Em maio, o rombo havia sido de 18,125 bilhões de reais, e em junho de 2015, foi registrado déficit de 9,323 bilhões de reais.

O déficit primário considerado pelo governo para 2016 é de 2,80% do PIB, o equivalente a  170,5 bilhões de reais. No mês passado, o BC revisou sua estimativa para 2,60% do PIB com a mudança na previsão para o crescimento do País. No início de julho, o governo federal renegociou as dívidas com os Estados. De acordo com o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, a renegociação da dívida já estava dentro do déficit previsto de R$ 170,5 bilhões.

Dívida

A Dívida Líquida do Setor Público (DLSP) subiu para 42,0% do PIB em junho, ante 39,6% de maio. Em dezembro de 2015, estava em 36,2% do PIB.

Já a dívida bruta do governo geral encerrou o mês passado em 4,131 trilhões de reais, o que representou 68,5% do PIB. Em maio, essa relação estava em 68,6% e a previsão do BC para o resultado do mês passado era de uma taxa de 69,1%. O patamar verificado em maio era o maior da série histórica do BC, que, para esta variável, teve início em 2006. A estimativa do Banco Central, apresentada no mês passado, é que relação entre dívida líquida e PIB encerre o ano em 44,7%, e a da dívida bruta atinja 72,9% da produção nacional anual.

(Com Estadão Conteúdo)

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