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Reino Unido terá 800 mil doses da vacina contra covid-19 na primeira semana

Campanha contra a covid-19 deve ser iniciada amanhã com oferta de 800 mil doses na primeira semana e a expectativa de uma adesão real. Segundo a imprensa britânica, a Rainha Elizabeth será imunizada. Governo planeja proteger 20 milhões de pessoas

(crédito: Gareth Fuller/AFP)

O Reino Unido dará início à campanha de imunização contra a covid-19 amanhã. Por isso, profissionais da saúde usaram o fim de semana para se preparar para a gigante e complicada tarefa, repleta de obstáculos logísticos. O país é o mais atingido pela pandemia no continente europeu, com mais de 60 mil mortes em decorrência de infecções pelo novo coronavírus. O plano inicial é imunizar pessoas de grupos de risco, como idosos, médicos e enfermeiros. De acordo com a imprensa britânica, a rainha Elizabeth deverá receber a fórmula protetiva e exibirá o momento da vacinação, na tentativa de incentivar outras pessoas a fazer o mesmo.

De acordo com informações do Serviço Nacional de Saúde (NHS, em inglês), o sistema de saúde universal do Reino Unido, a equipe de saúde trabalhou “todo o fim de semana para preparar o lançamento do programa”. A fim de garantir que nenhuma dose seja desperdiçada, funcionários participaram de uma série de treinamentos, incluindo simulações de aplicação da fórmula. A compra e a organização de materiais necessários para armazenar o imunizante também foram finalizadas.

A vacina que será utilizada pelos ingleses é desenvolvida pela empresa americana Pfizer em parceria com o grupo alemão BionTech. Ela é feita com base no RNA mensageiro do vírus e, por isso, tem como característica um armazenamento mais complexo: temperatura de -70ºC, com um tempo de validade de apenas cinco dias em um freezer normal.

Inicialmente, a vacina será administrada em 50 hospitais, que têm os equipamentos necessários para manter o imunizante conservado. Como segundo passo, as autoridades pretendem montar cerca de mil postos de vacinação pelo país. Aproximadamente 800 mil doses do imunizante devem estar disponíveis já nesta semana, mas o Reino Unido fez um pedido de 40 milhões de doses. Considerando que a imunização se dá em duas etapas, 20 milhões de pessoas poderão ser imunizadas, em um universo de 67 milhões de habitantes.

“Nosso objetivo é garantir que a vacina chegue às pessoas em asilos, os residentes de lá, com a maior segurança possível. Portanto, todos estão trabalhando duro com nossos colegas no NHS para garantir que isso aconteça com segurança”, declarou ao jornal britânico The Guardian June Raine, diretora-executiva da Agência Reguladora de Medicamentos e Produtos de Saúde (MHRA, em inglês), responsável pela autorização emergencial da vacina

Sem furar fila

Os jornais The Times e Mail on Sunday informaram que a rainha Elizabeth, 94 anos, e o seu marido, príncipe Philip, 99, “fariam com que o público soubesse” quando eles recebessem a vacina contra a covid-19. O casal não deve “furar a fila”. Eles vão esperar o momento da aplicação das doses em idosos que não vivem em asilos.

A expectativa é de que a imunização seja ampliada, não se limitando apenas aos hospitais, a partir do dia 14. A data foi informada pelo sistema de saúde da Inglaterra em comunicado enviado a médicos de clínicas gerais. A aprovação para o uso emergencial da vacina da Pfizer no Reino Unido foi anunciada há menos de uma semana, colocando o país entre os primeiros a adotar a medida de emergência — a Rússia deu início à imunização em massa da população no último fim de semana.

Há, porém, um receio entre autoridades britânicas de que o fato de o imunizante ainda estar em processo de testes clínicos interfira na adesão à campanha. “Eu realmente gostaria de enfatizar que os mais altos padrões de escrutínio, segurança, eficácia e qualidade foram atendidos, os padrões internacionais. E assim deve haver verdadeira confiança no rigor da nossa aprovação”, frisou June Raine, ao The Guardian.

Esforço pós-Brexit

Os negociadores da União Europeia e do Reino Unido chegaram, ontem, a Bruxelas para discussões de dois dias, no que talvez seja um último esforço para se chegar a um acordo comercial pós-Brexit e evitar um divórcio abrupto, com graves consequências econômicas. O encontro foi acordado pelo primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, e pela presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, em uma conversa telefônica no sábado. Os dirigentes emitiram um comunicado em conjunto no qual indicam que, embora haja “diferenças importantes”, concordam que as suas equipes de negociação “devem fazer um esforço adicional para avaliar se podem resolvê-las”.

 

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