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Profissionais do Hospital de Base reclamam da demora na imunização

Alguns setores da unidade teriam recebido recado encaminhado pela gerência sobre proibição para receber a primeira dose do imunizante

Profissionais reclamam que alguns da linha de frente não foram imunizados – (crédito: Ed Alves/CB/D.A Press)

As reclamações e denúncias por profissionais da área da Saúde que ainda não receberam a primeira dose da vacina contra a covid-19 continuam. Desde 25 de janeiro, todos os servidores de hospitais públicos e privados que fazem atendimento a paciente estão na lista de prioridade para a imunização, mas, em alguns setores, a aplicação da primeira dose foi negada e apenas esta semana os profissionais conseguiram uma resposta positiva para receber o imunizante.

No Hospital de Base, um andar inteiro ficou sem receber a primeira dose, inclusive da oncologia, que recebe pacientes fragilizados do grupo de risco da doença. Uma funcionária, que preferiu não se identificar, informou ao Correio que vários setores foram comunicados pela gerência que não era para descer até a sala de vacinação. Caso isso ocorresse, o servidor poderia sofrer punições administrativas. “Ficamos bastante preocupados ao perceber que estavam aplicando a segunda dose para servidores de outros setores, e o nosso andar não ter entrado na lista para ser vacinado”, pontua.

De acordo com ela, na última sexta-feira (12/2), os profissionais foram comunicados que seriam imunizados nas unidades básicas de saúde (UBS). Uma lista em ordem alfabética foi organizada e cada grupo destinado para uma UBS específica. “Creio que essa medida foi tomada após pressão do sindicato”, pondera a servidora.

Diretor do Sindicato dos Auxiliares e Técnicos em Enfermagem do Distrito Federal (Sindate-DF), Newton Batista, conta que tem recebido muitas reclamações em relação ao processo de vacinação dos profissionais da saúde. “Tem gente me ligando, falando que vai pedir demissão, porque está ali na linha de frente, atendendo pacientes, e ainda não foi vacinado. E o medo cresce com essa nova variante”, relata Newton.

“É um absurdo os profissionais terem que mendigar vacina. Se não tem dose para todo mundo é um erro de estratégia falar que vai vacinar todos os servidores. É preciso que a Secretaria de Saúde seja transparente sobre as doses”, ressalta o diretor do Sindate-DF.

Segundo ele, nesta semana e na próxima o sindicato vai acompanhar e fiscalizar a imunização com a segunda dose. “Vamos acompanhar de perto essa situação. Se está sendo disponibilizado o reforço da vacina”, destaca Newton.

Em nota, o Instituto de Gestão Estratégica de Saúde do Distrito Federal (Iges-DF) informou que não houve nenhum impedimento para que os profissionais da oncologia fossem imunizados. De acordo com a pasta, cerca de 7.212 profissionais já foram vacinados, ou seja, cerca de 80% dos colaboradores. “A vacinação está em curso e aqueles que ainda não receberam a primeira dose devem procurar os postos de vacinação, independente do setor em que atuam, de acordo com a orientação de cada unidade”, diz a nota.

Segundo o Iges, 3.035 profissionais do Hospital de Base foram vacinados. Nas seis unidades de pronto atendimento (UPAs), 1.031 funcionários receberam o imunizante e no Hospital Regional de Santa Maria (HRSM), foram aplicadas 3.146 doses.

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