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Preso por colocar bomba em caminhão no DF confessa crime à polícia

Em depoimento, Alan Diego dos Santos Rodrigues disse ter recebido o artefato horas antes, no acampamento do QG do Exército

Protesto antidemocrático em Brasília: criminoso também é suspeito de participar de tentativa de invasão da PF (EDISON BUENO/PHOTOPRESS/ESTADÃO CONTEÚDO/Reprodução)

Réu por participação em um plano para explodir uma bomba nos arredores do Aeroporto Internacional de Brasília, Alan Diego dos Santos, confessou o crime. O eletricista e taxista prestou depoimento no Departamento de Combate à Corrupção e ao Crime Organizado (Decor), no Complexo da Polícia Civil do Distrito Federal, durante quase seis horas, na tarde desta quinta-feira. Ele será encaminhado ao sistema carcerário do estado.

De acordo com o delegado Leonardo de Castro Cardoso, coordenador do Decor, Alan Diego contou ter colocado pessoalmente um artefato explosivo em um caminhão tanque nas proximidades do aeroporto. Segundo a versão apresentada aos policiais, ele estava acompanhando nesse momento pelo jornalista Wellington Macedo de Souza, que também é réu no caso. Os dois estavam no veículo de Souza

Alan Diego afirmou ainda que recebeu o artefato horas antes, no acampamento do QG do Exército, de George Washington de Oliveira Sousa, preso em flagrante no dia 24 de dezembro por policiais da 10ª Delegacia de Polícia. Segundo Alan, foi George Washington quem produziu a bomba. O depoimento corrobora a conclusão das investigações da Polícia Civil do Distrito Federal.

Alan estava foragido desde dezembro e apresentou-se às autoridades na Delegacia de Comodoro, no interior mato-grossense, na última terça-feira. Ainda no mês passado, George Washington havia sido preso. Um terceiro suspeito, o jornalista cearense Wellington Macedo de Souza, vinha cumprindo prisão domiciliar, mas é considerado foragido após retirar o equipamento sem autorização da Justiça.

O plano do trio, de acordo com as investigações da Polícia Civil do Distrito Federal, era explodir uma bomba nas proximidades do aeroporto na véspera do Natal do ano passado, com o intuito de gerar caos e forçar uma intervenção das Forças Armadas. O inquérito aponta que, após o artefato ser montado, ele foi entregue a Macedo, que ficou responsável por colocá-lo em um caminhão-combustível que seria usado no atentado frustrado.

Os réus vão responder por explosão, quando se expõe “a perigo a vida, a integridade física ou o patrimônio de outrem, mediante explosão, arremesso ou simples colocação de engenho de dinamite ou de substância de efeitos análogos”. A pena é de 3 a 6 anos de prisão e pode ser aumentada em 1/3, já que o crime foi cometido tendo como alvo um depósito de combustível.

Na semana passada, os três suspeitos toraram-se réus após a 8ª Vara Criminal do Distrito Federal acatar a denúncia do Ministério Público pelo crime. Nas redes sociais, Ricardo Cappelli, interventor na segurança do DF nomeado pelo presidente Lula em meio aos ataques ocorridos em Brasília no dia 8 de janeiro, comemorou a captura do suspeito. “Preso no MT um dos envolvidos na tentativa de explosão do caminhão tanque no aeroporto de Brasília. A lei será cumprida”, escreveu.

Alan também é suspeito de participação do quebra-quebra promovido em Brasília no dia 12 de dezembro, quando bolsonaristas tentaram invadir a sede da PF.

 

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