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Presidente do Quirguistão se diz ‘disposto a renunciar’ para acabar com crise

O Quirguistão é um país da Ásia Central. Seu presidente decretou estado de emergência na capital

Pessoas protestando contra os resultados de uma votação parlamentar se reúnem em uma fogueira em frente ao prédio principal do governo apreendido, conhecido como Casa Branca, em Bishkek, em 6 de outubro de 2020. – (crédito: VYACHESLAV OSELEDKO / AFP)

O presidente do Quirguistão, Soornobay Jeenbekov, declarou nesta sexta-feira (9/10) estar “disposto a renunciar” para por um fim à crise política que assola há uma semana este pequeno país da Ásia Central, em um contexto de caos e de manifestações violentas deflagradas pelas eleições legislativas.

“Estou disposto a renunciar ao cargo de presidente da República quirguiz quando forem aprovadas as autoridades executivas legítimas e voltarmos à via da legalidade”, declarou Jeenbekov em comunicado publicado nesta sexta-feira no portal da presidência na internet.

A renúncia poderá acontecer assim que uma data para novas eleições for definida e mudanças no governo forem realizadas.

Contudo, ainda é difícil saber se estas condições serão respeitadas. Novas manifestações foram convocadas para esta sexta-feira, o que poderá resultar em novos confrontos violentos entre os lados.

Jeenbekov, que não aparece publicamente desde segunda-feira, havia garantido através de seu gabinete que sua renúncia não estava “na ordem do dia”, afirmando estar negociando com diferentes grupos políticos.

O mandatário está sob pressão de seus adversários políticos, da Rússia e das forças de segurança quirguízes. Ao mesmo tempo, a classe política do país é pressionada para que encontre uma saída para a crise.

O país se vê assolado por violentas manifestações contra os supostos fraudes cometidos nas eleições de domingo, vencidas por dois partidos próximos a Jeenbekov.

A crise trouxe temores de violência e caos ao Quirguistão, um país considerado uma exceção democrática em uma região do mundo onde os regimes autoritários são a regra.

As tensões não diminuíram apesar da decisão das autoridades de invalidar os resultados das eleições legislativas. Os confrontos na capital, Bishkek, resultaram em pelo menos uma morte e centenas de feridos.

Esta ex-república soviética, a mais pluralista, porém instável da Ásia Central, sobreviveu a duas revoluções e três de seus presidentes foram presos ou exilados desde a independência.

Os atuais protestos são alimentados pelo confronto entre o presidente Jeenbekov e seu grande rival, o ex-presidente Amazbek Atambayev, libertado da prisão pelos manifestantes na noite de segunda-feira.

Jeenbekov parece encontrar-se sem saída, apesar do Parlamento não ter conseguido a maioria necessária para destitui-lo durante votação realizada na noite de quarta-feira.

O presidente russo, Vladimir Putin, declarou nesta quinta-feira que espera uma resolução pacífica para a crise. Centenas de milhares de quirguízes trabalham na Rússia.

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