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Polícia abre inquérito para investigar morte de jovem que inalou gás

Delegado ouvirá jovens que estavam junto a estudante em Rio Preto (SP). Jovem morreu depois de inalar gás de buzina em um condomínio.

Maria Luiza cursava o 2º ano de Direito em Rio Preto (Foto: Reprodução / TV TEM) (Foto: Reprodução/TV TEM)
Maria Luiza cursava o 2º ano de Direito em Rio Preto (Foto: Reprodução / TV TEM) (Foto: Reprodução/TV TEM)

A polícia abriu inquérito para investigar a morte da estudante Maria Luiza Perez Perassolo, 18 anos, que morreu após inalar gás de buzina em um condomínio em São José do Rio Preto (SP), na sexta-feira (26). Segundo o delegado Renato Pupo de Paula, o próximo passo é ouvir as pessoas que estavam na hora em que a menina passou mal. “O boletim chegou à minha mão nesta segunda e já instaurei inquérito para investigar. É um caso de repercussão e queremos dar uma resposta para a sociedade”, afirma o delegado.

Pupo afirma que deverá ouvir nesta semana o morador da casa onde a menina inalou o gás de buzina, além dos outros envolvidos na reunião, quando a menina passou mal. Além disso, o delegado pretende ver se há câmeras de segurança no posto de combustível onde eles teriam comprado o gás de buzina.

O delegado também aguarda o exame necroscópico do Instituto Médico Legal (IML) para saber o que exatamente causou a morte da jovem. “Este tipo de gás é um problema conhecido já da polícia, mas o que dificulta é que, por enquanto, a venda é permitida no comércio e isso atrapalha um pouco qualquer investigação”, afirma.

O delegado disse que também vai pedir ao Corpo de Bombeiros, que fez o resgate no dia, o relatório de atendimento. “Parece que houve um lapso muito grande entre o horário dos fatos e a solicitação de socorro. Então, tudo será apurado no inquérito policial”, diz.

O caso
A estudante de 18 anos morreu na madrugada de sábado (26) depois de inalar gás de buzina em um condomínio residencial em Rio Preto. De acordo com o boletim de ocorrência, a vítima chegou a ser atendida por uma equipe de resgate, mas morreu antes que pudesse ser levada a uma unidade de saúde mais próxima. Segundo os bombeiros, ela teve uma parada cardíaca depois de ter inalado gás de buzina.

Uma testemunha disse para a polícia que o produto foi comprado momentos antes na loja de conveniência de um posto de combustíveis próxima ao condomínio e que foi usado várias vezes pela jovem. O gás propano, usado na buzina, pode causar asfixia e efeito alucinógeno. O frasco com o gás de buzina foi apreendido pela Polícia Civil, que vai investigar o caso.

Outro caso
Essa é a segunda morte neste ano na região noroeste paulista por causa do gás de buzina. No começo do mês passado, um estudante de medicina, de 33 anos, foi encontrado caído em um dos quartos da casa onde morava com a mãe em Fernandópolis. No local tinha 16 latas de gás de buzina. Dias antes, em Rio Preto, uma adolescente de 17 anos inalou o gás durante uma festa com amigos. Ela teve uma parada cardíaca de seis minutos e ficou nove dias na UTI com ferimentos na garganta, mas conseguiu se recuperar e já teve alta.

O gás
Segundo o Ceatox, Centro de Toxicologia do Hospital de Base, referência na região de Rio Preto, o gás desta buzina é perigoso e chega a entrar no organismo a -20°C e queima o sistema respiratório. A buzina é feita de gás composto de butano e propano, derivado do petróleo.

Ele é encontrado também no isqueiro, geladeira, ar-condicionado. “No organismo, pode causar náuseas, vômitos, no sistema nervoso pode causar alucinação, euforia, desmaio, convulsão. Como entra em uma temperatura muito baixa no organismo pode causar edema pulmonar e no coração, pode agir no músculo e pode causar arritma e infarto”, afirma a farmacêutica Gisela Cipullo Moreira.

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