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Peregrinação a Meca esvaziada por causa do coronavírus

Celebração que costuma reunir 2,5 milhões de mulçumanos permitirá a participação de apenas 1.000 moradores da Arábia Saudita

PEREGRINOS EM MECA: viagem é feita para repetir os passos de Maomé, há 1.400 anos (Saudi Ministry of Media/Handout/Reuters)

Este ano, em vez de fazer as malas e embarcar para Meca, na Arábia Saudita, para celebrar um dos rituais mais importantes da religião islâmica, os muçulmanos espalhados pelo mundo terão que se contentar com orações feitas em casa. Pela primeira vez na história, só poderão participar do Hajj (“seguir uma jornada”, em árabe), menos de 1.000 moradores da Arábia Saudita.

Em geral, 2,5 milhões de mulçumanos de vários países se encaminham para o reino saudita nessa época do ano para repetir cada passo da caminhada que, segundo as escrituras sagradas islâmicas, teria sido realizada pelo profeta Maomé há 1.400 anos com o intuito de consagrar Meca como o ponto central da fé islâmica.

Nesta terça-feira, 28, milhões de peregrinos normalmente chegariam à Arábia Saudita para se juntar à multidão que estaria se preparando para começar o Hajj. O coronavírus prejudicou a cerimônia deste ano. Com quase 300.000 casos de coronavírus, a Arábia Saudita impôs medidas severas de restrição para a circulação de pessoas. Todos os países da região estão em alerta – no vizinho Iraque, os casos de coronavírus já chegam a mais de 100.000.

Os peregrinos do Hajj deste ano, que precisaram apresentar um atestado médico ao governo para participar do ritual religioso, precisarão manter o distanciamento social e usar máscaras. Além disso, não poderão beijar ou tocar a Kaaba, uma grande estrutura cúbica na parte central da Grande Mesquita de Meca. A construção simboliza a criação das religiões monoteístas.

A caminhada até a cidade próxima de Mina, perto de Meca, que também faz parte do ritual, está mantida. Os fieis costumam percorrer a pé os cerca de cinco quilômetros que separam uma cidade da outra. O governo saudita costumava montar milhares de tendas climatizadas ao longo do trajeto para que os peregrinos pudessem descansar. Este ano, não deverá ser assim. Os peregrinos provavelmente precisarão enfrentar o sol e o calor do verão do Oriente Médio.

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