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Olimpíadas em Tóquio: conheça Ketleyn Quadros, judoca de Ceilândia que foi porta-bandeira do Brasil e sambou na cerimônia de abertura

Atleta de 33 anos comandou entrada da delegação brasileira, nesta sexta-feira (23). Dança no estádio olímpico foi parar nas redes sociais; veja vídeo. ‘Orgulho de minhas origens’, diz.

Faixa em rua onde mora a família da judoca Ketleyn Quadros, em Ceilândia — Foto: TV Globo/Reprodução

Aos 33 anos, a judoca Ketleyn Quadros liderou a delegação do Brasil na cerimônia de abertura das Olimpíadas 2021, nesta sexta-feira (23), em Tóquio. Nascida em Ceilândia, no Distrito Federal, a atleta mostrou a “ginga” ao sambar durante o desfile, ao lado de Bruninho, campeão olímpico com o vôlei. A irreverência conquistou o estádio e foi parar nas redes sociais (veja vídeo acima).

A judoca entrou para a história como a primeira mulher do país a conquistar uma medalha em provas individuais em uma edição dos Jogos, em 2008. Agora, se tornou a terceira atleta a levar a bandeira em uma cerimônia de abertura, depois de Sandra Pires, em Sydney 2000, e Yane Marques, no Rio. Ao todo, 20 atletas já foram porta-bandeira do Brasil nas Olimpíadas, desde a Antuérpia, em 1920.

Ceilândia Sul, a região do DF onde Ketleyn nasceu, fez parte da história de vida da atleta, mulher negra, e foi onde ela teve o primeiro contato com o judô, aos 8 anos.

“Ceilândia é onde vou recarregar minha energia, é a minha base. Sou muito feliz e agradecida pelas minhas origens.”

Ketleyn ficou longe do mundo olímpico por dois ciclos. Bronze em Pequim, não conseguiu se classificar para Londres e nem para o Rio de Janeiro. De volta à competição, pretende buscar uma nova medalha olímpica na categoria até 63 quilos.

“Estou muito orgulhosa de representar não só o judô, que é o esporte da minha vida, mas também as mulheres brasileiras, guerreiras e lutadoras.”

primeira rodada e quartas de final estão marcadas para a próxima segunda-feira (26), a partir das 23h. A repescagem e finais ocorrem na terça-feira (27), a partir das 5h.

Ketleyn Quadros, do judô, com medalha de bronze olímpica; em imagem de arquivo  — Foto: Paul Gilham/Getty Images
Ketleyn Quadros, do judô, com medalha de bronze olímpica; em imagem de arquivo — Foto: Paul Gilham/Getty Images.

Treinos e vida em Ceilândia

Filha de cabeleireiros, Ketleyn teve o primeiro contato com o judô ainda na infância. Aluna do Sesi de Ceilândia, a atleta contou  que começou na natação aos 8 anos e, enquanto frequentava as aulas, se “distraía assistindo as aulas de judô“.

“Comentei com minha mãe, e ela deixou eu fazer uma semana experimental, e estou até hoje no judô. Sempre fui uma criança ativa, participava das Corridas de Reis em Brasília, continuei fazendo judô e natação até os 12 anos, quando optei pelo judô”, diz.

“Com o judô, foi amor à primeira vista.”

Faixa em rua onde mora a família da judoca Ketleyn Quadros, em Ceilândia — Foto: TV Globo/Reprodução
Faixa em rua onde mora a família da judoca Ketleyn Quadros, em Ceilândia — Foto: TV Globo/Reprodução

Quando não estava focada nos treinos ou no colégio, Ketleyn costumava brincar de queimada no conjunto “I” ou estava no Centro de Convivência (Cose). “Lá eu podia brincar e tinha auxílio dos professores nas tarefas de casa.”

Nos fins de semana, a jovem atleta alternava as competições com o treinamento da seleção brasiliense, no Núcleo Bandeirante.

“Eu tenho uma ligação muito especial com o DF. Com tudo o que Brasília me proporcionou, não poderia ser diferente: o orgulho que tenho das minhas origem e o quanto isso foi transformador.”

Hoje vinculada à federação do Rio Grande Do Sul, a brasiliense treina pelo Clube Sogipa, em Porto Alegre. Os pais, conta, ainda moram em Ceilândia. “Minha família é minha maior inspiração, feita de mulheres guerreiras e nada seria possível sem elas”.

Por causa da representante nas Olimpíadas, a porta da casa da família ganhou uma faixa em homenagem (veja foto acima), e a mãe, Rosa Lima, expressou o orgulho que tem da filha.

“Fiquei muito orgulhosa, feliz por ela alcançar os objetivos, e o esforço dela estar sendo recompensado, reconhecido. Espero que ela traga uma medalha pra gente.”

Em Ceilândia, família de Ketleyn (mãe ao centro), durante cerimônia de abertura das Olimpíadas — Foto: TV Globo/Reprodução
Em Ceilândia, família de Ketleyn (mãe ao centro), durante cerimônia de abertura das Olimpíadas — Foto: TV Globo/Reprodução.

Olimpíadas em Tóquio

Depois de um ano de adiamento, as Olimpíadas de Tóquio começaram oficialmente nesta sexta-feira (23). Em uma cerimônia de abertura sem público, o Japão encantou com uma mensagem de união, superação e esperança em tempos de pandemia de coronavírus.

Até o dia 8 de agosto, os olhos do mundo se voltam para Tóquio e para as histórias de conquistas de 11 mil atletas.

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