Projeto criado por Deddeh Howard chama a atenção das grandes marcas para mais diversidade na moda
Embora a INDÚSTRIA DA MODA tenha evoluído em muitos aspectos, principalmente no que diz respeito à liberdade de criação, ainda precisa percorrer um longo caminho na QUESTÃO DA REPRESENTATIVIDADE.
Para evidenciar o problema e conscientizar sobre a necessidade de mais oportunidades, Deddeh Howard, top model natural da Libéria (África) e que vive em Los Angeles (EUA), resolveu criar o projeto “Black Mirror” (“Espelho negro”, em inglês), no qual reproduz as fotos de diversos anúncios publicitários, com as mesmas poses e expressões.
“Algo que sempre me incomodou é que quando você vê essas imagens maravilhosas, elas raramente contam com uma mulher negra. Conforme fui crescendo, comecei a me perguntar por quê?”, ela introduz em texto publicado no seu próprio site, em link dedicado à iniciativa. “A VISIBILIDADE NOS COMERCIAIS E OUTDOORS é tão fundamental quanto a ELEIÇÃO DO PRIMEIRO PRESIDENTE NEGRO. A próxima geração só poderá se inspirar e alcançar o estrelato se acreditar que pode fazer isso. Por essa razão, a DIVERSIDADE NOS ANÚNCIOS e outdoors é muito mais importante, na minha opinião, do que você pode imaginar”.
Na continuação do seu relato, ela afirma que a inspiração veio das próprias experiências no universo fashion, com as milhares de negativas que recebeu em busca de trabalho. Ela relembra, inclusive, que agentes e olheiros costumavam compará-la com uma ou outra profissional que já fazia parte do casting. “Ainda que eles me dissessem que eu era linda e que gostariam de me agenciar, explicavam que TINHAM UMA MODELO NEGRA NO TIME – fora o fato de terem uma abundância de modelos brancas. Parecia sempre que ter uma ou duas de nós era o suficiente para simbolizar todas”.
Deddeh ainda escreve que os NEGROS SÃO, FREQUENTEMENTE, MOSTRADOS NEGATIVAMENTE NA MÍDIA: “ou sendo procurados pela polícia; ou levando um tiro; ou sendo presos”. Ela lamenta a sub-representação em eventos “high-profile” e de grande audiência do show business como por exemplo, o Oscar.
De qualquer maneira, a palavra inclusão para ela tem um significado muito maior e abrange todas as etnias: “precisamos de IGUALDADE NA VISIBILIDADE DE TODAS AS RAÇAS, sejam brancas, asiáticas, latinas etc. Isso contribui para que todos consigam CONFIAR NO POTENCIAL que têm. Por que as grandes empresas não podem aceitar a nossa multiplicidade? Assim como a GISELE BÜNDCHEN, a Kate Moss, ou a Candice Swanepoel são contratadas para viajarem o mundo, fotografarem as mais belas campanhas e viverem uma vida que é estimulante para as garotas, vamos proporcionar algo no qual as próximas gerações possam acreditar e se inspirar”.