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Mensagem racista enviada a lanchonete no RS foi forjada, conclui polícia

Dono da franquia de pastelaria Hora do Pastel será indiciado por falsa comunicação de crime

Cliente teria feito pedido e solicitado que entregador fosse uma pessoa branca.
Foto: Reprodução

A Polícia Civil concluiu, nesta sexta-feira, 17, a investigação sobre o suposto caso de injúria racial e racismo que teria acontecido na última terça-feira, 14, em Campo Bom, interior do Rio Grande do Sul. Na ocasião, os donos da lanchonete Hora do Pastel compartilharam uma mensagem de cunho racista que eles diziam ter recebido de uma cliente. Segundo a polícia, porém, as mensagens seriam forjadas.

“Após intenso trabalho investigativo, com análise e cruzamento de dados, os policiais civis verificaram que a própria vítima teria sido o autor da manifestação com cunho ofensivo, discriminatório e preconceituoso”, diz.

O dono do restaurante, identificado como Gabriel Fernandes da Cunha, foi intimado para prestar novas declarações. Segundo a Polícia Civil, ele foi confrontado sobre os dados obtidos, o que o fez assumir que ele próprio havia criado a conta no aplicativo do iFood e encaminhado o pedido com a observação discriminatória.

A investigação foi concluída, e o dono da lanchonete será indiciado por falsa comunicação de crime. “O inquérito policial será remetido ao Poder Judiciário nos próximos dias”, informa a polícia.

A rede de franquias Hora do Pastel divulgou uma nota de repúdio, na noite desta sexta, com relação à atitude do franqueado.

“Estamos acompanhando de perto o progresso dos desdobramentos judiciais em desfavor dos culpados, e tão logo e acaso seja confirmado culpa por parte do franqueado, não exitaremos em tomar todas as sanções punitivas previstas contratualmente, que podem inclusive, levar a exclusão do franqueado de nossa rede”, diz trecho do comunicado.

Em resposta, dona do estabelecimento repudiou solicitação racista da cliente
Foto: Reprodução

O que diziam as mensagens

Nas observações de um pedido feito pelo aplicativo iFood, uma suposta cliente teria dito que não queria um entregador negro: “Última vez veio um motoboy negro, peço a gentileza que mande um branco, não gosto de pessoas assim encostando na minha comida”, escreveu.

Além do comentário racista na observação do pedido, a cliente teria enviado a mesma mensagem pelo chat do aplicativo ao estabelecimento. Daniela Rodrigues, dona da franquia de delivery de pastéis Hora do Pastel em Campo Bom, respondeu a mensagem repudiando a fala racista da mulher e dizendo que faria uma denúncia contra ela no próprio aplicativo.

Ainda na mensagem, Daniela conta que o entregador negro que a cliente citou é o também dono da empresa, Gabriel Fernandes da Cunha. “Pois seu pedido será cancelado imediatamente e irei fazer uma denúncia contra o seu perfil. Faça o favor de não comprar mais na minha loja. Esse motoboy negro é o dono da empresa!”, escreveu.

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