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Mais de 100 patrimônios mundiais naturais estão ameaçados

Segundo levantamento, a atividade humana coloca em perigo grande parte dos 229 sítios, que contêm recursos naturais de valor inestimável para o planeta

Mais de cem dos dos 229 patrimônios mundiais naturais da humanidade estão ameaçados devido à atividade humana. Segundo um estudo divulgado na última edição da revista científica Biological Conservation, a construção de rodovias, empreendimentos de infraestrutura e agricultura estão invadindo esses sítios e ameaçando recursos naturais de valor inestimável para o planeta. O levantamento é a primeira análise global a comparar quantitativamente o impacto do homem e o estado ecológico de todos esses locais. O resultados, segundo a equipe internacional de pesquisadores responsável pelo relatório, podem ajudar a Unesco (Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e a Cultura), a delinear medidas urgentes de proteção para essas regiões.

“O mundo nunca aceitaria que a Acrópole de Atenas fosse destruída, ou que algumas pirâmides fossem esmagadas por empreendimentos imobiliários ou estradas. Mesmo assim estamos, no mundo todo, permitindo que muitas de nossas heranças naturais sejam seriamente alteradas”, afirmou James Watson, pesquisador da Universidade de Queensland, na Austrália, e um dos autores do estudo, em comunicado.

Patrimônios ameaçados

Para fazer o relatório, os pesquisadores recolheram dados por meio de um critério chamado “pegada humana”, que considera o crescimento de urbanização, rodovias e da infraestrutura industrial e agrícola, junto com informações de desmatamento, de 1993 a 2009.

Os resultados mostraram que, com exceção da Europa, a pegada humana cresceu em 63% de todos os patrimônios mundiais. A Ásia foi o continente mais afetado, com destaque para o Santuário de Vida Selvagem de Manas, na Índia. O parque fica no pé dos Himalaias e foi tombado em 1985 por abrigar florestas tropicais onde vivem espécies ameaçadas como tigres, porcos pigmeus, elefantes e rinocerontes indianos.

O desmatamento, por sua vez, foi identificado em todos os continentes, especialmente na América do Norte (57% da perda total) e na Austrália. O Parque Nacional Yellowstone, nos Estados Unidos, perdeu 6% de sua cobertura natural, enquanto o Parque Internacional da Paz Waterton-Glacier, situado em parte dos Estados Unidos e Canadá, chegou a perder quase um quarto de sua área de florestas.

No Brasil, que abriga sete patrimônios naturais mundiais, a reserva de mata atlântica da Costa do Descobrimento teve 11% de sua área desmatada, o equivalente a 192 quilômetros quadrados da floresta situada entre o Sul da Bahia e Norte do Espírito Santo.

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