Quatro deles podem ser rochosos, parecidos com a Terra, e orbitam uma estrela anã a 181 anos-luz da Terra
Uma equipe internacional com mais de 40 astrônomos anunciou na última segunda-feira que o telescópio Kepler, da Nasa, descobriu mais 104 planetas fora do nosso Sistema Solar. De acordo com os pesquisadores, quatro dos exoplanetas encontrados orbitam uma mesma estrela e podem ser rochosos, parecidos com a Terra – bons alvos nas buscas da Nasa por locais que possam abrigar vida.
De acordo com a pesquisa, publicada no periódico Astrophysical Journal, o telescópio identificou 197 candidatos a planetas. Para confirmá-los, os especialistas realizaram uma seleção com novas observações de telescópios em terra e conseguiram atestar a existência de 104 desses exoplanetas (planetas que estão fora do nosso Sistema Solar). A confirmação e a definição das características dos corpos foram realizadas por vários observatórios, incluindo os quatro telescópios Keck, no Havaí.
Trânsito – Para encontrar os planetas, Kepler volta suas lentes para as estrelas hospedeiras, buscando por um fenômeno chamado trânsito. Como os próprios planetas não possuem brilho, cada vez que o instrumento capta uma diminuição da luminosidade da estrela, significa que algum objeto está passando na frente dela. Assim, ao captar uma sombra na luz da estrela, Kepler identifica um possível planeta.
A descoberta dos novos planetas é ainda um indicativo de que o telescópio está em boa saúde: em 2013, Kepler apresentou uma falha em um instrumento que garante a precisão de observações – aparentemente irreparável. Mesmo assim, o telescópio conseguiu ser consertado e seguiu com uma nova missão, K2, que agora traz suas primeiras descobertas: os 104 novos exoplanetas. Em maio, astrônomos anunciaram a descoberta de 1.284 novos planetas observados por Kepler, mas todos foram vistos antes da falha.
Desde 2009, a missão espacial Kepler permitiu a descoberta de mais de 4.600 planetas, dos quais 2.326 foram confirmados. Destes, 21 se situam a uma distância considerada habitável de sua estrela, de modo que a água pode existir em estado líquido na superfície, permitindo potencialmente a existência de vida.