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Incêndio na Chapada dos Veadeiros é o maior da história, diz coordenador do ICMBio

 

De acordo com brigadistas, as chamas já estão sob controle na maior parte do Parque Nacional da Chapada dos Veadeiros, mas ainda existe uma linha de fogo a ser controlada. Valter Campanato/Agência Brasil

 

Equipes que trabalham para conter o fogo que atinge o Parque Nacional da Chapada dos Veadeiros, em Goiás, já dizem que este é o maior incêndio da história da reserva ambiental. Entretanto, elas acreditam que a pior fase do fogo passou e há a expectativa de que as chamas sejam controladas até o fim de semana.

Em entrevista à Globo, o coordenador de prevenção e combate a incêndio do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), Christian Berlinck, afirmou que “esta é a maior queimada da história do parque. É a maior força de combate da história do País” e que nunca foi usada tamanha estrutura para um combate a incêndio no Brasil.

O incêndio no local teve início no dia 10 de outubro, mas foi controlado após seis dias. Mas no sétimo dia, novos focos surgiram e já passam de 10 os dias que brigadistas e voluntários tentam controlar as chamas.

Há a suspeita de que o incêndio seja criminoso. De acordo com brigadistas, as chamas já estão sob controle na maior parte do Parque Nacional da Chapada dos Veadeiros, mas ainda existe uma linha de fogo a ser controlada.

Governo pede que PF investigue

O Ministério do Meio Ambiente pediu que a Polícia Federal investigue as causas do incêndio no Parque Nacional da Chapada dos Veadeiros, em Goiás.

O fogo começou há quase duas semanas e já destruiu pelo menos 64 mil hectares de vegetação, o equivalente a 26% da área total de preservação.

As características das labaredas e depoimentos de testemunhas apontam a possibilidade de origem criminosa. Moradores das localidades atingidas disseram à polícia terem visto motociclistas despejando combustíveis na mata.

O ministro interino do Meio Ambiente, Marcelo Cruz, afirmou que o parque está sendo monitorado, para evitar o surgimento de novos focos de incêndio: “dentro do parque o incêndio já está controlado, mas estamos com toda a estrutura lá e vamos mantê-la até que toda a região esteja em segurança. Então a Polícia Civil de Goiás e Polícia Federal, que cabe investigar, é necessário que se faça isso”.

O incêndio acontece quatro meses após a expansão do parque nacional, que teve a área de proteção estendida de 65 mil para 240 mil hectares.

Brigadistas trabalham por até 24 horas seguidas para combater fogo na Chapada

Em turnos de 12 horas, brigadistas e bombeiros se revezam no combate  ao fogo no Parque Nacional da Chapada dos Veadeiros e arreadores. Em situações mais críticas, o trabalho de alguns chegou a durar até 24 horas. Munidos de abafadores e bombas de água nas costas, eles estão na linha de frente de combate ao incêndio que já superou a queimada de 2010 e é o maior já registrado na história do parque.

Na manhã de quarta-feira (25), a equipe do chefe de esquadrão do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), Valdeci da Silva Carvalho, fazia uma observação próximo ao Vale da Lua, local onde o fogo já havia passado, mas retornava em alguns pontos. “Eu enfrentei os incêndios 2007, de 2010, estou há 10 anos no parque, mas esse ano é mais complicado de todos”, compara.

O trabalho das equipes acontece dia e noite. Ao todo, a força-tarefa formada por profissionais do ICMBio, do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), de bombeiros do Distrito Federal e de Goiás, conta com 178 brigadistas e bombeiros.

Voluntários

Mesmo sem a expertise dos brigadistas, voluntários contribuem da maneira que podem no combate às chamas. Vinícius Leoni, comerciante de 26 anos, é um dos voluntários. “A gente sabe que tem brigada especializada em alguns lugares, dentro do parque, mas em outros não tem. A gente está indo com a nossa camisa, nossa calça. Minha calça está toda preta, meu tênis está queimado”, diz.

A orientação do ICMBio é que somente cheguem próximo aos focos aqueles que estão capacitados para isso e sob a orientação da central de comandos, para evitar acidentes. As equipes de brigadistas estão integradas e desenvolvem um trabalho coordenado – uma ação desorientada pode inclusive prejudicar as equipes.

*Com informações de Agência Brasil

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