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Gigantesco iceberg está perto de se romper na Antártica

Segundo cientistas, ruptura do bloco de 5.000 km² mudará a geografia da região. Como flutua, iceberg não causará aumento do nível dos oceanos

Um gigantesco iceberg, considerado um dos dez maiores do mundo, está perto de se soltar da Antártica, afirmaram cientistas na quinta-feira. O bloco de 5.000 quilômetros quadrados, área equivalente à do Distrito Federal, é resultante de uma grande rachadura na plataforma de gelo Larsen C, na Antártica, que se expandiu abruptamente no mês passado. Apenas vinte quilômetros de gelo impedem que o imenso bloco se solte da plataforma e se torne um iceberg de 80 quilômetros de comprimento.

A muralha gelada “irá mudar fundamentalmente o cenário da Antártica”, afirmaram em comunicado cientistas britânicos do Projeto Midas da Universidade de Swansea, no País de Gales, que monitora o impacto do derretimento em plataformas de gelo. Como flutuará, o bloco de gelo não deve causar aumento no nível dos oceanos – no entanto, rupturas futuras decorrentes do desprendimento podem levar ao descongelamento de geleiras e, como a água dessas últimas são integradas aos mares, podem levar ao aumento do nível. Segundo estimativas dos pesquisadores, se toda a plataforma Larsen C derreter, os oceanos podem aumentar em até 10 centímetros.

Mudanças geográficas

Plataformas de gelo são áreas onde o gelo flutua sobre o mar no fim das geleiras, com uma espessura de centenas de metros. Por não estarem sobre a terra, pedaços delas podem se desprender e flutuar sobre mares gelados. Os cientistas temem que a perda dessas plataformas ao redor do continente permita que, futuramente, geleiras internas se mexam mais rápido em direção ao mar, à medida que as temperaturas aumentam devido às mudanças climáticas.

Iceberg gigante se desprenderá da plataforma de gelo Larsen C Ice Shelf, na Antártica

Imagem da Nasa que revela extensão da ruptura na plataforma Larsen C. (Nasa/Divulgação)

Os pesquisadores têm acompanhado a rachadura em Larsen C por muitos anos. Nos últimos meses, porém, passaram a observá-la com atenção em razão de colapsos das plataformas de gelo Larsen A, em 1995, e Larsen B, em 2002.

Segundo os cientistas, o fenômeno que pode levar à ruptura do iceberg não é climático, mas geográfico. É provável que as mudanças climáticas tenham antecipado o rompimento, mas talvez não sejam a causa do fenômeno.

 

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