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Facebook decide suspender Trump das redes sociais por 2 anos

A decisão de banir o ex-presidente dos EUA foi tomada pelo comitê supervisor independente do Facebook. Trump já estava suspenso desde a invasão ao Capitólio, em janeiro

Trump: ex-presidente já estava suspenso das redes sociais desde janeiro (Carlos Barria/Reuters)

O Facebook anunciou nesta sexta-feira, 4, que decidiu por suspender de suas redes por dois anos o ex-presidente americano, Donald Trump.

Trump já estava com as contas suspensas nas redes sociais do Facebook desde 7 janeiro, um dia após a invasão de seus apoiadores ao Capitólio, sede do Congresso dos EUA. O Twitter também suspendeu a conta do político republicano na ocasião.No entanto, o Facebook ainda não havia esclarecido por quanto tempo Trump permaneceria suspenso. O não estabelecimento de um prazo foi criticado pelo comitê de especialistas independentes que o Facebook designou para supervisionar suas decisões, embora o grupo tenha avaliado que a decisão de suspender Trump foi acertada.

Diante das dúvidas em relação ao caso, o Facebook estabeleceu agora uma diretriz para novos questionamentos envolvendo figuras públicas em “períodos de agitação civil e violência contínua”. As penas vão de um mês para casos leves até dois anos, o prazo máximo de suspensão.

No caso de Trump, ficou decidido que o republicano recebeu a pena máxima de violação das regras, ficando suspenso por dois anos. O prazo passa a valer desde a suspensão, em 7 de janeiro, e termina, portanto, em janeiro de 2023.

Após o fim desse período, o caso será reavaliado e novas penas podem ser aplicadas e se novas infrações ocorrerem, incluindo suspensão das contas de forma permanente.

“Dada a gravidade das circunstâncias que levaram à suspensão do Sr. Trump, acreditamos que suas ações constituíram uma violação grave de nossas regras que merecem a maior penalidade disponível nos novos protocolos”, disse o Facebook no comunicado, sobre a decisão de aplicar pena máxima contra Trump.

A decisão vale também para o Instagram, rede que pertence ao conglomerado do Facebook. (O comunicado não cita especificamente o WhatsApp, rede de mensagens da mesma empresa e que não é amplamente utilizado nos EUA como é no Brasil.)

Trump sem redes

Dessa forma, segundo a decisão divulgada hoje, o ex-presidente terá direito de voltar às redes do Facebook no período de campanha para a próxima eleição presidencial americana, em 2024.

Entre aliados, é certo que Trump deseja se candidatar novamente nas próximas eleições. Embora haja alguma oposição dentro do Partido Republicano, o ex-presidente é ainda o nome preferido entre os eleitores da legenda.

Com a suspensão de suas contas nas principais redes sociais, o ex-presidente tem procurado formas alternativas de se comunicar com o eleitorado, mas encontra dificuldades. Um blog que criou para falar com o público foi descontinuado por falta de engajamento, segundo um assessor.

A suspensão das contas de Trump gerou debates entre especialistas, muitos questionando a extensão do poderio do Facebook e de outros conglomerados de tecnologia sobre o debate público.

Apesar das críticas ao prazo pouco transparente de punição a Trump, o comitê independe do Facebook classificou a decisão como acertada e apontou que as ações do ex-presidente na internet “encorajaram e legitimaram violência”.

“As ações do presidente Trump nas redes sociais, encorajaram e legitimaram violência e foram uma severa violação das regras do Facebook”, afirmou Thomas Hughes, diretor administrativo do Comitê de Supervisão. “Mantendo uma narrativa infundada de fraude eleitoral e chamados à ação persistentes, Trump criou um ambiente em que riscos sérios de violência eram possíveis. A decisão do Facebook em 7 de janeiro foi correta”.

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