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Especialista explica como EUA buscam manter liderança econômica minando outras regiões

O Exército da China anunciou uma série de exercícios de fogo real perto de Taiwan a partir desta quinta-feira (4), um dia após Nancy Pelosi, a presidente da Câmara dos Representantes dos EUA, deixar a ilha vista por Pequim como seu território soberano.

© AP Photo / Andy Wong
A presidente da Câmara dos EUA viajou para Taiwan em 2 de agosto provocando uma avalanche de críticas da liderança chinesa, que encarou a viagem como uma provocação. Em resposta à controversa visita de Pelosi, o Exército de Libertação Popular da China (ELP) iniciou exercícios de fogo real e de lançamento de mísseis apesar da congressista dos EUA já ter deixado Taipé.
“25 anos atrás, o presidente da Câmara Newt Gingrich também visitou China [Taiwan] para a grande consternação dos chineses”, disse Alexander Azadgan, professor de economia e política internacional e conselheiro geopolítico sênior. “Este [recente] truque foi executado pela nossa atual presidente da Câmara, Nancy Pelosi, a mando de Joe Biden. Acredito que ela não está agindo independentemente de Joe Biden. Acho que isso tudo é uma frente. Penso que eles são coordenados.”
Azadgan descartou qualquer ação militar do ELP, apesar dos exercícios em andamento. Segundo ele, “nada sairá da [visita de Pelosi a Taiwan] além do enfurecimento dos chineses, que prejudicará as relações entre a China e os EUA a longo prazo”.
“Na minha avaliação, não acredito que os chineses colocariam em risco, pelos menos durante esta década, seu volume anual de comércio bilateral [com os EUA] de US$ 615,2 bilhões [cerca de R$ 3,2 trilhões], de acordo com os últimos dados de 2020”, explicou o acadêmico.
No entanto, o especialista acredita que o impasse entre Washington e Pequim ocorrerá não no campo de batalha, mas na economia global.
Azadgan prevê “desenvolvimento de uma grande ruptura não apenas neste caso em relação a Taiwan, mas mais importante, macroeconomicamente entre os EUA e a China”.
“Acredito que a estratégia expansionista global de Washington não é apenas definida pelo delírio, assumindo que no século XXI eles [EUA] poderiam governar o mundo através da força militar e do grande [poder de] alcance”, observou Azadgan.

“Penso que o objetivo de Washington é desestabilizar não apenas regiões ricas em energia como o Sudoeste Asiático, como temos testemunhado nos últimos 30 anos, mas expandir essas políticas desconstrutivas às portas das superpotências mundiais, como Rússia e China, neste caso [via] Taiwan e Ucrânia.”

Os cálculos dos EUA são simples, segundo o acadêmico: “Políticos de Washington procuram desviar o investimento de capital para os Estados Unidos e apresentar nossa economia como o local mais seguro para investimentos de longo prazo.”
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