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Em dia bastante volátil, Ibovespa volta a cair 0,82% nesta segunda

Principal índice da bolsa recua com expectativas sobre a temporada de balanços nos Estados Unidos que devem trazer impactos econômicos do coronavírus

Bolsa: o acordo histórico da Opep+ da redução da produção do petróleo teve pouco efeito no preço da commodity até que o presidente americano, Donald Trump, disse que o corte na produção deve ser o dobro do anunciado (REUTERS/Paulo Whitaker/Reuters)

Depois de abrir em queda de 0,20%, o Ibovespa inverteu o movimento e passou a subir 0,20%, nesta segunda-feira, para 77.840 pontos. Não durou muito. O pessimismo com a temporada de balanços do primeiro trimestre nos Estados Unidos, que devem mostrar os impactos econômicos das medidas de distanciamento social para as empresas, e com o acordo histórico da Opep+ de reduzir a produção do petróleo abaixo do esperado pelo mercado fez com que o principal índice da bolsa brasileira voltasse a cair 0,82% para 77.044 pontos às 11h05 desta segunda-feira. Na semana passada, o Ibovespa teve alta de 11,7%.

“É um sentimento de incertezas. Estamos seguindo o mercado americano que reflete a pandemia de coronavírus”, afirma Pablo Spyer, diretor da Mirae Asset. Às 11h10, a Nasdaq operava em queda de 0,13%, Dow Jones de 1,28% e S&P, de 1,10%. Os mercados na Europa e na Austrália não abriram por causa do feriado de Páscoa. As bolsas asiáticas fecharam em baixa, com destaque para Nikkei, que caiu 2,33%, já a bolsa de Shanghai fechou com queda de 0,49%.

De acordo com a CNBC, a Ford Motors anunciou que as receitas da montadora caíram 15,7% no primeiro trimestre por causa da pandemia de coronavírus. Com isso, os papéis da companhia operam em queda de 5%.

Às 10h30, o presidente americano, Donald Trump, usou a rede social Twitter para destacar que a Opep+ está estudando cortar a operação em 20 milhões de barris por dia e não 10 milhões como anunciado.

Having been involved in the negotiations, to put it mildly, the number that OPEC+ is looking to cut is 20 Million Barrels a day, not the 10 Million that is generally being reported. If anything near this happens, and the World gets back to business from the Covid 19…..

Donald J. Trump

@realDonaldTrump

Having been involved in the negotiations, to put it mildly, the number that OPEC+ is looking to cut is 20 Million Barrels a day, not the 10 Million that is generally being reported. If anything near this happens, and the World gets back to business from the Covid 19…..

Donald J. Trump

@realDonaldTrump

….disaster, the Energy Industry will be strong again, far faster than currently anticipated. Thank you to all of those who worked with me on getting this very big business back on track, in particular Russia and Saudi Arabia.

(Estando envolvido nas negociações, para dizer o mínimo, o número que a Opep+ está vislumbrando é cortar 20 milhões de barris por dia, não 10 milhões como tem sido noticiado. Se algo parecido com isso acontecer, o mundo volta aos negócios de antes do desastre da covid-19, a indústria de energia vai voltar a ser forte muito mais rápido do que o previsto atualmente. Obrigado a todos os que trabalharam comigo para trazer esse grande negócio de volta aos trilhos, em especial, a Rússia e a Arábia Saudita. Donald Trump, no Twitter)

Por causa disso, às 11h, o petróleo do tipo WTI disparou 5,18%, sendo cotado a 23,94 dólares, e Brent também passou a operar em alta de 2,38%, negociado a 32,23 dólares.

Já no cenário doméstico, o dia é importante porque o plenário da Câmara deverá apreciar o projeto de lei 149/19 que muda várias regras para ingresso e manutenção dos estados no Regime de Recuperação Fiscal. Conhecido como Plano Mansueto, o projeto previa que estados sem nota de crédito para obter empréstimos poderiam contar com garantias da União desde que adotassem pelos menos quatro do total de oito contrapartidas, entre elas, proibição de aumentos do funcionalismo e não realização de concursos, entre outros. Ao longo da última semana, várias propostas e ajustes circularam. A sessão está marcada para as 14h.

Ainda na esfera local, o relatório do Banco Mundial prevê uma retração de 5% para a economia brasileira em 2020. Para os dois anos seguintes, a entidade projeta uma taxa de crescimento de 1,5% e 2,3%. O banco aponta a queda repentina no preço do petróleo e a epidemia  do coronavírus como os principais culpados. Já a projeção oficial do Ministério da Economia, divulgada no dia 20 de março, projetou o produto interno bruto brasileiro em 0,02%. Segundo o relatório do Banco Mundial publicado no domingo, as principais economias da América Latina devem sofrer retrações similares: Argentina (-5,2%), Chile (-4,8%) e México (-6%).

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