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Educação ambiental: uma das heranças que o Reino Unido quer deixar

Com programa escolar voltado para a questão climática, Reino Unido quer deixar como legado jovens mais engajados para construção de um futuro sustentável

COP26: campanha visa mostrar como pequenas ações levam a uma grande ação coletiva (Agência/Getty Images)

Colocar a ação climática no centro da vida escolar cotidiana é uma das heranças da COP26 que o Reino Unido quer deixar para sua população. Por isso, o Estado investiu em educação ambiental como um dos importantes preparativos para sediar a cúpula global do clima.

Escolas em todo o território foram incentivadas a gerar uma conversa sobre mudança climática com seus alunos.

A iniciativa faz parte do pacote escolar da campanha Together for Our Planet (Juntos pelo nosso planeta, em português), que visa criar um movimento em massa de atitudes sustentáveis pelo Reino Unido, mostrando como pequenas ações levam a uma grande ação coletiva.

Hospedado no site da COP26 como um projeto oficial pré-convenção, o pacote foi planejado para envolver e encorajar os estudantes a fazer parte do crescente impulso verde trazido pelo evento. “O papel dos jovens no combate às mudanças climáticas, um dos maiores desafios da nossa geração, será crucial”, disse o presidente designado da COP26, Alok Sharma.

Como parte do programa, foram disponibilizados sugestões de atividades educacionais e conteúdos de apoio, criados por organizações renomadas como WWF e TED Talks. E ainda um material voltado para a identificação de alunos futuros líderes climáticos, jovens que estão contribuindo com o clima de diversas maneiras em seu dia a dia, como ir a pé para a escola ou reciclar.

“Estou animado para ver como os líderes climáticos das escolas trazem sua paixão, criatividade e inteligência para nos ajudar a garantir um futuro sustentável”, comentou o Secretário de Estado da Educação, Gavin Williamson.

Escolas carbono zero

Paralelamente, há uma série de outras iniciativas locais nessa direção. Um exemplo é a campanha Lets Go Zero, que une escolas de todo o Reino Unido que estão trabalhando para se tornar zero carbono até 2030. Já são quase 700 colégios inscritos.

A iniciativa, liderada por uma coalizão de organizações de sustentabilidade, oferece ferramentas práticas para a construção de um plano de ação nas escolas. E promove uma rede de troca de experiências entre as instituições de ensino, para que compartilhem as melhores práticas.

“Com crianças em idade escolar em 42%  de todos os lares do Reino Unido, nossas salas de aula podem inspirar o progresso em todas as comunidades. As escolas de baixo carbono plantam ideias brilhantes em nossas casas, ruas e locais de trabalho”, diz o site oficial da campanha.

Formação básica

O movimento que se vê no país-sede da COP26 é o que a Unesco quer ver no mundo inteiro nos próximos anos. Em maio, a entidade pediu aos países que a educação ambiental se torne um componente curricular básico de todos os sistemas educacionais até 2025.

A declaração foi dada na Conferência Mundial promovida pela organização, em que mais de 80 representantes internacionais se comprometeram com medidas para transformar a aprendizagem pela sobrevivência do planeta, ao adotar a Declaração de Berlim sobre Educação para o Desenvolvimento Sustentável (EDS).

As discussões no evento foram fundamentadas em uma publicação da Unesco que analisou os currículos educacionais de 50 países. O levantamento mostra que mais da metade não faz nenhuma menção às mudanças climáticas e só 19% falam sobre biodiversidade.

No Brasil

O Ministério da Educação brasileiro participou do encontro da Unesco e garantiu que o país está alinhado com o apelo da entidade.

“O desenvolvimento sustentável, na educação brasileira, é tratado como um tema transversal e interdisciplinar presente tanto na base comum curricular das escolas de educação básica quanto nas diretrizes de elaboração dos currículos de cursos do ensino médio”, disse, na conferência, o secretário-executivo e Vice-Ministro, Victor Godoy Veiga.

No Brasil, a educação ambiental é assegurada pela lei, por meio da Política Nacional de Educação Ambiental (PNEA) e conta com suporte do Programa Nacional de Educação Ambiental (ProNEA).

A questão da crise climática, especificamente, não tem um programa oficial, mas vem sendo apoiada por alguns projetos não governamentais. É o caso do movimento Escolas pelo Clima, comunidade de instituições de ensino comprometidas com a temática, que conecta educadores e oferece curadoria em conteúdo de educação climática.

Com cerca de 250 escolas signatárias, a iniciativa é coordenada pela Reconectta, negócio social especialista em auxiliar escolas que buscam trabalhar a sustentabilidade em seu diferencial pedagógico. E conta com a parceria do The Climate Reality Project, principal rede internacional de líderes climáticos, comandada por Al Gore, vencedor do Prêmio Nobel da Paz.

 

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