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Descarte incorreto de máscaras pode causar desastre ambiental

Descarte irregular do acessório pode poluir o meio ambiente e afetar principalmente a vida marinha; saiba como fazer o descarte correto das máscaras

Descarte incorreto de máscaras pode causar problemas para o meio ambiente (Patcharanan Worrapatchareeroj/Getty Images)

O uso de máscaras para evitar a disseminação do coronavírus é altamente recomendado por autoridades de saúde do mundo inteiro. É até mesmo crime não usar o acessório em alguns países. O problema é que o descarte desses itens não está sendo feito da maneira correta para preservar o meio ambiente. E enquanto isso não é feito, há a preocupação de um desastre ambiental.

Somente em fevereiro deste ano e durante um dia de limpeza, autoridades sanitárias de Hong Kong encontraram pelo menos 70 máscaras descartáveis flutuando há 100 metros da faixa de areia em uma praia do país, conforme reportado pelo iNews. Outras 30 máscaras foram encontradas no local dias depois. Em junho, o The Guardian reportou que dezenas de máscaras, luvas e garrafas de álcool em gel foram encontradas no Mediterrâneo.

A produção de máscaras descartáveis aumentou exponencialmente por causa da pandemia do novo coronavírus. A fabricante americana 3M, por exemplo, dobrou sua capacidade de produção para 100 milhões de máscaras por mês a partir de abril. Já a Fitesa, a segunda maior empresa do mundo na fabricação de não tecidos, se programou para produzir até 40 milhões de máscaras por mês.

Segundo o The Conversation, a preocupação ambiental se dá porque a maior parte das máscaras descartáveis é feita com material plástico que demora para se decompor. Este processo pode levar até 400 anos e, durante este tempo, afeta a vida marinha — além de até mesmo transmitir coronavírus para outras pessoas já que é possível que o vírus sobreviva no objeto durante até uma semana, conforme apontam pesquisadores.

Ecologistas se preocupam de que o descarte incorreto possa ameaçar a vida animal. De acordo com reportagem do The Huffington Post, alguns animais não conseguem perceber que o objeto não é comestível e, ao ingeri-lo, podem acabar morrendo asfixiados pelo material. Em 2019, biólogos encontraram uma baleia morta com mais de 100 quilos de plástico dentro de seu estômago.

Além do risco de engasgo, os animais que ingerem esse tipo de “alimento” acabam não consumindo nutrientes necessários para que permaneçam vivos, o que pode fazer com que desenvolvam doenças. Outro risco é quando os animais acabam se enroscando com esse tipo de item e, por isso, ficam com seus movimentos limitados impedindo a caça ou a fuga de predadores.

O problema já é reconhecido por líderes políticos. Zac Goldsmith, que é membro do Parlamento britânico, declarou durante um webinar do Fórum Econômico Mundial que “as nações marítimas sabem muito melhor do que ninguém como nossas economias oceânicas dependem da saúde dos oceanos.” Goldsmith atua como ministro do Departamento de Meio Ambiente, Alimentação e Assuntos Rurais do Reino Unido.

De acordo com um estudo da organização Ocean Conservancy, mais de 8 milhões de toneladas de plástico são descartadas em oceanos a cada ano. A estimativa é de que existam mais de 150 milhões de toneladas de material plástico nas profundezas marítimas.

Como descartar as máscaras corretamente

Autoridades governamentais têm tentado impedir que as pessoas descartem as máscaras (e outros acessórios) incorretamente. De acordo com o setor de controle de infecções da Vigilância Sanitária, do Centro Estadual de Vigilância em Saúde (Cevs), as máscaras devem ser embaladas em um saco plástico e não devem ser misturadas com outros materiais recicláveis após serem jogadas no lixo.

O Cevs informa que as máscaras podem ser descartadas em um lixo comum, como o utilizado em banheiros, junto com papel higiênico e outros itens já usados. Outra recomendação é não jogar as máscaras fora em lixeiras públicas. Neste caso, o acessório pode estar contaminado e acabar infectando outras pessoas. Se estiver na rua, a orientação é pelo descarte em lixeiras de banheiros públicos.

Vale ainda a recomendação pelo uso de máscaras reutilizáveis, feitas com materiais que podem ser higienizados após o uso. Recentemente, o Grupo Reserva lançou uma máscara de proteção feita com tecido que possui uma tecnologia antiviral capaz de inativar o coronavírus em até 2 minutos, de acordo com os testes realizados.

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