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Crédito cresceu 15,4% em 2020, maior ritmo desde 2012, estima Febraban

Aumento foi acompanhado por um aumento de 4,9% das concessões de crédito, sendo puxado, sobretudo, pelos empréstimos direcionados às empresas brasileiras

 

A pandemia de covid-19 elevou o mercado de crédito ao maior nível dos últimos oito anos no país, estima a Federação Brasileira de Bancos (Febraban). É que a Febraban constatou um aumento de 15,4% nos empréstimos bancários em 2020, o maior avanço desde 2012, quando a carteira de crédito do país cresceu 16,4%.

Segundo a Febraban, o aumento de 15,4% da carteira de crédito do país foi acompanhado por um aumento de 4,9% das concessões de crédito, sendo puxado, sobretudo, pelos empréstimos direcionados às empresas brasileiras. A entidade explica que a carteira de crédito das pessoas jurídicas cresceu de fevereiro a dezembro do ano passado. Por isso, deve fechar o ano com uma expansão de 21,7%, a maior desde 2008 (36,7%).

O crédito às empresas foi estimulado pelas concessões com recursos direcionados. Afinal, depois que milhares de pequenas empresas revelaram a dificuldade de tomar financiamentos bancários no início da pandemia de covid-19, o governo federal implementou programas emergenciais de crédito. Só o Programa Nacional de Apoio às Microempresas e Empresas de Pequeno Porte (Pronampe), por exemplo, financiou R$ 37,6 bilhões em 2020.

“As concessões PJ com recursos direcionados deve quase dobrar na comparação com o ano anterior, com crescimento de 99%, o maior da série, iniciada em 2011”, informou a Febraban, que também observou um aumento de 4,7% nas concessões com recursos livres para pessoas jurídicas. No total, as concessões para empresas cresceram, portanto, 10,3% em 2020, segundo a Federação Brasileira de Bancos.

A carteira de crédito destinada às famílias brasileiras também cresceu e deve fechar o ano com um incremento de 10,8%, segundo a Febraban. O aumento, contudo, é menor que o registrado em 2019 (11,9%). Afinal, o cenário de juros baixos favoreceu empréstimos como os financiamentos imobiliários. Porém, as compras com cartão de crédito caíram diante da pandemia de covid-19. A Febraban estima, então, que as concessões de crédito para pessoas físicas variaram apenas 0,3% em 2020, com uma alta de 22% das concessões com recursos direcionados, como os financiamentos imobiliários, e um recuo de 2,3% das concessões com recursos livres, como as do cartão de crédito.

BC

As estimativas da Febraban consideram os empréstimos realizados pelos principais bancos do país. Porém, o resultado oficial do mercado de crédito brasileiro em 2020 ainda será confirmado, na próxima semana, pelo Banco Central (BC). As estimativas da Febraban, contudo, estão próximas das do Banco Central, que, em dezembro, estimava uma alta de 15,6% da carteira de crédito do país, com avanços de 22,6% na carteira de pessoas jurídicas e de 10,4% na carteira de pessoas física.

“Diferente do registrado em crises anteriores, quando houve um recuo expressivo nas concessões, desta vez, os bancos ampliaram o volume concedido, mesmo diante do aumento do risco nas operações e da grande demanda por crédito. O volume de crédito destinado às empresas, por exemplo, deve mostrar crescimento de dois dígitos no ano, uma clara contribuição do setor para preservar empregos e empresas”, avaliou o presidente da Febraban, Isaac Sidney. “Cumprimos o nosso papel de irrigar a economia”, acrescentou.

Para 2021, contudo, o BC projeta uma expansão mais tímida do crédito. A expectativa é que o saldo das operações de crédito do país cresça 7,8% neste ano, puxado, desta vez, pelo crédito às famílias (10,6%) e não pelo crédito às empresas (4,2%), já que muitos dos programas emergenciais de crédito que atenderam as empresas brasilerias em 2020 acabaram no fim do ano.

A Febraban já constatou uma redução dos empréstimos direcionados às empresas no mês de dezembro. O recuo foi de 33,1%, na comparação com novembro. Porém, a federação garante que os bancos brasileiros continuarão atentos à questão do crédito neste ano. “Os bancos estão provendo crédito para as empresas e as famílias, e continuarão focados em mitigar os impactos negativos da pandemia e ajudar no processo de recuperação econômica do país em 2021”, disse Isaac Sidney.

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