20.5 C
Brasília
HomeDistrito FederalCovid-19 nas escolas e escassez de merenda: secretária de Educação do DF...

Covid-19 nas escolas e escassez de merenda: secretária de Educação do DF comenta dificuldades na volta às aulas presenciais

Hélvia Paranaguá concedeu entrevista ao Bom Dia DF nesta quarta-feira (17). Diretores de colégios públicos denunciam problemas na alimentação de alunos, e pais reclamam da falta de transporte escolar.

Hélvia Paranaguá falou sobre a volta às aulas 100% presenciais da rede pública, em entrevista à TV Globo, na manhã desta quarta-feira (17) — Foto: TV Globo/Reprodução

A secretária de Educação do Distrito Federal, Hélvia Paranaguá, falou sobre a volta às aulas 100% presenciais da rede pública, em entrevista ao Bom Dia DF, da TV Globo, na manhã desta quarta-feira (17). Para a gestora, a pasta “ainda tem que lidar com muitas questões, mas o balanço é positivo”.

Hélvia Paranaguá também comentou as denúncias de diretores de colégios em relação à falta de alimentos para a merenda de estudantes. “Às vezes [o aluno] não gosta do peixe e come só o arroz. Mas é uma questão de desenvolver o paladar da criança”, justificou a secretária.

“A criança não pode é voltar para casa com fome. Até porque, para o processo de aprendizagem, ela precisa estar bem alimentada”, disse.

Além disso, a gestora negou problemas com o transporte escolar de alunos, contrapondo o que dizem pais de estudantes desde a retomada do ensino totalmente presencial, no dia 3 de novembro, e falou sobre a segurança de professores e alunos em relação à pandemia de Covid-19.

Alimentação nas escolas

Desde o dia 4 de novembro, um dia após o retorno presencial de alunos nos colégios públicos, a TV Globo vem mostrando vídeos que denunciam a falta de merenda nas escolas da rede pública do DF.

De acordo com a secretária de Educação, não falta alimento no estoque da pasta, e 11 escolas já disseram que não precisam receber alguns itens.

Hélvia Paranaguá disse acreditar que o escalonamento das refeições nas escolas pode ter causado uma “insegurança nas escolas” em relação à quantidade de alimentos a serem servidos aos alunos.

“Mas isso [escassez de alimentos] já foi ajustado. O momento de retorno é um momento em que as escolas estão se ajustando”, explicou a secretária.

Crianças não podem repetir a refeição, no Centro de Educação Infantil I, na Asa Norte, no DF — Foto: TV Globo/Reprodução
Crianças não podem repetir a refeição, no Centro de Educação Infantil I, na Asa Norte, no DF — Foto: TV Globo/Reprodução.

Questionada sobre imagens de crianças que pedem para repetir a merenda   e são impedidas da fazê-lo, a secretária disse que “é um absurdo”.

“A criança tem direito a repetir, sim. Se ela está pedindo pra repetir, é porque ela ainda está com fome. Se ela pedir mais comida a escola tem que dar. E dão, porque eu já vi várias vezes”, disse Hélvia.

A gestora reforçou ainda que “essa sensação de falta de alimentos” pode ter relação com o paladar das crianças.

“Nós temos mais de 20 itens que a agricultura familiar oferta para as escolas públicas do DF, de hortaliças, verduras, frutas, e às vezes a criança não gosta. Às vezes, a criança não gosta do peixe e come só o arroz”, explica a secretária de Educação. “Mas, é uma questão de desenvolver na criança, abrir esse universo de paladar, de sabores. E é um trabalho muito bem feito pelas nossas nutricionistas, de serem criativas nos cardápios”, afirmou.

“Talvez não tenha a carne vermelha em todas as escolas, porque a gente compra dividido por lotes. Porque a gente chega com o número estimado, e aí na hora de fazer a licitação, o preço vem alto e fracassa aquele produto. Mas proteína tem em todas as escolas”, afirmou.

Transporte escolar de estudantes

Questionada sobre a falta de transporte escolar para estudantes, no retorno 100% presencial das aulas da rede pública, a secretária afirmou que “não está faltando transporte para ninguém”. Na última semana, a TV Globo mostrou alunos da rede pública de ensino que estavam sem ônibus para as escolas.

“Todos os alunos já tinham voltado. O que houve foi que nós unimos 100%. Então, transporte não está faltando também. Nós já tínhamos o número suficiente”, disse Hélvia Paranaguá.

“Durante a pandemia houve uma migração de uns estudantes de uma região para outra. Essa migração também dificulta um pouco o acesso. Teve gente que teve que se mudar, por exemplo, de Taguatinga para morar no entorno, e o estudante é de Taguatinga”, explicou a secretária.

“Então a gente se deparou com uma série de situações que nos pegara, de surpresa dentro da pandemia. Eu não tinha como saber que aquele aluno, que era residente de Taguatinga de repente mudou pra Águas Lindas”, explicou Hélvia.

Sala cheia depois de retorno 100% presencial das aulas na rede pública do DF — Foto: TV Globo/Reprodução
Sala cheia depois de retorno 100% presencial das aulas na rede pública do DF — Foto: TV Globo/Reprodução.

Ainda de acordo com a secretária, mesmo diante de imagens de salas cheias e sem muito distanciamento entre os alunos, “o retorno tem sido tranquilo”.

“A Secretaria de Saúde tem acompanhado. A gente tem um aplicativo hoje que acompanha [casos de Covid-19]”, disse Hélvia Paranaguá.

Para a secretária, há uma sensação de segurança porque o número de pessoas positivadas para Covid-19 no DF é baixo, e as escolas têm seguido os protocolos de prevenção.

“Você pode ver que todas as crianças estão de máscara. Eles têm mantido o protocolo de segurança. Não têm tido casos de Covid-19 e nem óbito ou internação de gravidade. A gente vem acompanhando e estamos muito tranquilos em relação a isso”, afirmou a gestora.

Veja Também