26.5 C
Brasília
HomeBrasíliaCom vacinas aprovadas, imunidade de rebanho chega em um ano, prevê Citi

Com vacinas aprovadas, imunidade de rebanho chega em um ano, prevê Citi

Área de pesquisa do banco americano levou em conta cenário em que 3 vacinas são aprovadas até janeiro e aplicação no mundo rico acontece até setembro

A vacina da Pfizer com a BioNTech é uma das que podem receber aprovação para uso comercial entre o fim de 2020 e o início de 2021, abrindo caminho para a imunização da população (Dado Ruvic/Reuters)

A perspectiva de aprovação para uso em escala comercial de ao menos três vacinas para o novo coronavírus animou a população global e investidores quanto ao fim da pandemia e a retomada da vida como era antes. Para a área de pesquisa de um dos maiores bancos globais, o Citi, a chamada imunidade de rebanho poderá ser alcançada no fim de 2021.

É o que aponta um estudo divulgado pelo banco de investimentos americano nesta segunda-feira, 23. O estudo tem como base um cenário em que três vacinas são aprovadas neste fim de 2020 ou até janeiro do próximo ano: a da Pfizer com a BioNTech, a da AstraZeneca com a Universidade de Oxford e a da empresa de biotecnologia Moderna.

Nesse cenário, países desenvolvidos como Estados Unidos, Reino Unido, países da União Europeia e Japão sairiam na frente, uma vez que, segundo cálculos do Citi, tais governos respondem por 85% dos pedidos de doses previamente acertados com os laboratórios. A vacinação em massa no mundo rico aconteceria do segundo para o terceiro trimestre de 2021, com a imunidade de rebanho sendo alcançada nos três meses finais do ano.

A imunidade de rebanho é o termo que expressa a condição em que a população de um país ou uma região está protegida de forma tão disseminada que a propagação do vírus é reduzida a percentuais muito mais baixos.

No mesmo estudo, a área de pesquisa do Citi aponta os ganhos para a economia global — e, por tabela, para os investidores: o PIB mundial teria um acréscimo de 0,7 ponto percentual em 2021 e de 3 pontos percentuais em 2022 com a ampla vacinação.

Os efeitos econômicos positivos sobre a economia serão mais amplos em economias desenvolvidas do que em emergentes e no mundo pobre, segundo o estudo.

Incertezas

Os pesquisadores do Citi fazem ressalvas em relação aos fatores que mais podem impactar o cenário-base montado: a eficácia da vacina quando aplicada em larga escala — os dados existentes são de testes –, a taxa de contágio do vírus (algo do qual ainda existem dúvidas), a capacidade de aumento da produção da vacina por laboratórios e governos e a aceitação das mesmas pela população.

Este último ponto causa preocupação: “Em geral, a vacina precisa alcançar 70% de cobertura (da população) para gerar algum efeito de imunidade de rebanho”, aponta o estudo, que apresenta a seguir dados de uma pesquisa da Ipsos com o Fórum Econômico Mundial conduzida em outubro em 15 países: 73% dos entrevistados dizem que pretendem ser vacinados. Três meses antes, eram 77%.
Veja Também