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Com plataformas do CNPq fora do ar, pesquisadores da UnB temem perda de dados e problemas com financiamento

Conselho nega perda de informações e diz que problema não vai prejudicar pagamento de bolsas, mas não dá previsão para solucionar falha. Prazos para registro de projetos foram suspensos temporariamente.

Universidade de Brasília (UnB), em imagem de arquivo — Foto: TV Globo/Reprodução.

Pesquisadores da Universidade de Brasília (UnB) ouvidos pelo G1 temem que a indisponibilidade das plataformas do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) cause perda de dados ou prejudique o financiamento de projetos. O sistema saiu do ar no sábado (24) e, até esta terça-feira (27), o órgão não havia informado previsão para restabelecimento.

Além da plataforma Lattes, considerada o maior banco de currículos da América Latina, a falha no CNPq também afeta quem precisa enviar propostas de bolsas e projetos. Por conta do problema, os prazos de submissão estão suspensos temporariamente.

Em nota, o CNPq afirmou que já diagnosticou o problema, sem dar detalhes do que causou. O Conselho nega que haja possibilidade de perda de informações e garante que o pagamento de bolsas de pesquisa já implementadas não será afetado (saiba mais abaixo).

No entanto, uma servidora do órgão ouvida pela reportagem afirmou que a placa do servidor do CNPq queimou e que parte dos serviços internos, inclusive e-mails, está paralisada.

Planos afetados

O professor de Engenharia Aeroespacial Olexiy Shynkarenko lembra que os impactos financeiros podem surgir de projetos ainda não firmados.

“O maior problema é que as fundações de apoio de pesquisa pedem para manter o CV [currículo] Lattes atualizado, para receber auxílios de projetos de pesquisa. Então, o problema no CNPq pode prejudicar o financiamento dos projetos por algum tempo”, opina.

Shynkarenko conta que apenas seu currículo no Lattes tem 28 páginas de informações. “Perdi dados no Lattes e cadastro do Grupo de Pesquisa […] Pode ser que o CNPq recupere, mas não sabemos quais dados foram perdidos para sempre”, afirma.

O pesquisador Tarcísio da Rocha, do Instituto de Física, conta que a suspensão dos prazos afetou sua solicitação de bolsa de produtividade de pesquisa, que é voltada para apoiar quem se dedica à produção científica, tecnológica e de inovação. Ele afirma que, por enquanto, não há prejuízos diretos em seus projetos, mas manifesta insegurança.

“[A indisponibilidade na plataforma] sempre pode trazer algum transtorno para quem precisa de alguma informação, ou mandar o currículo Lattes para alguém. Demonstra uma fragilidade do sistema, que deveria ter um espelho de tudo”, afirma.

O que diz o CNPq?

Em nota, o CNPq afirmou que “dispõe de novos equipamentos de TI [tecnologia da informação] e a migração dos dados foi iniciada antes do ocorrido”.”Independentemente dessa migração, existem backups cujos conteúdos estão apoiando o restabelecimento dos sistemas. Portanto, não há perda de dados da Plataforma Lattes”, disse o Conselho.

O presidente do Conselho Nacional das Fundações de Apoio às Instituições de Ensino Superior e de Pesquisa Científica e Tecnológica (Confies), Fernando Peregrino, disse à TV Globo que conversou com o presidente do CNPq, Evaldo Vilela, que garantiu “ter cópia de tudo”.

Peregrino afirmou que o posicionamento o deixa aliviado: “Caso não tivessem cópia de tudo, seria um desastre”.

Para quem quiser tirar dúvidas, o CNPq recomenda o contato pela Central de Atendimento, pelo telefone (61) 3211-4000.

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