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Com China em alta e vacina, OCDE melhora projeção para o PIB

Apesar da melhora, a estimativa é que a China seja o único país analisado pela OCDE a crescer em 2020. Para o Brasil, a projeção é pior que a do governo

OCDE sobre economia global: “Pela primeira vez desde que a pandemia começou, agora há esperança para um futuro mais favorável” (Jason Lee/Reuters)

A Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) melhorou sua projeção para a economia global em 2020 em novo relatório nesta terça-feira. Dos 4,5% de queda do PIB esperados no relatório de setembro, a organização projeta agora que a economia global vai encolher 4,2% neste ano.,

Para 2021, a projeção é de crescimento dos mesmos 4,2% (valor menor que os 5% previstos em setembro) e de 3,7% para 2022.

A OCDE citou como motivos de otimismo o progresso com as vacinas da covid e as ações de bancos centrais e governos para mitigar os impactos econômicos da crise. “Pela primeira vez desde que a pandemia começou, agora há esperança para um futuro melhor”, disse a organização sobre os novos números.

A expectativa é que o PIB global também retorne a níveis pré-crise antes do fim de 2021, liderado por forte recuperação na China, disse a OCDE.

A China será o único país coberto pela OCDE a registrar crescimento neste ano, de 1,8%, o mesmo valor que já havia sido projetado em setembro. A economia chinesa deve ainda crescer 8% em 2021 e 4,9% em 2022, liderando a retomada global nos próximos anos.

Apesar da melhora nos números, a organização reiterou que a crise está longe do fim e que a recuperação entre os países será desigual.

É o caso do Brasil, onde a projeção de queda do PIB ficou em 6%, melhor do que em estimativas anteriores, mas ainda abaixo da média global (impulsionada pela China) e de países como EUA e Alemanha.

A estimativa da OCDE é pior do que a do governo brasileiro, que estima recuo de 4,5%. O boletim Focus desta segunda-feira, com base em analistas do mercado, trouxe a mesma projeção de 4,5% para 2020.

“Ainda não estamos a salvo. Ainda estamos no meio de uma crise pandêmica, o que significa que a política econômica ainda tem muito a fazer”, disse o economista-chefe da OCDE, Laurence Boone.

Enquanto a China se recupera rapidamente, o cenário será mais tortuoso para Estados Unidos e Europa, que devem contribuir menos com a recuperação nos próximos anos do que seu atual peso na economia.

A projeção da OCDE é que a economia americana contraia 3,7% este ano (ante 3,8% no último relatório), e depois creça 3,2% em 2021 e 3,5% em 2022.

Esses números valem no caso de um novo estímulo fiscal aprovado pelo governo e Congresso eleitos, diz a OCDE. No governo do presidente Donald Trump, a equipe do presidente e republicanos no Senado não conseguiram negociar junto aos democratas na Câmara um novo pacote de estímulo para este ano, o que era uma expectativa do mercado.

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