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Com cesta de R$ 633, Abras vê redução nos preços dos alimentos

Cesta Abrasmercado caiu 0,47% em fevereiro, após 11 meses de alta, mas ainda pesa no bolso dos brasileiros, sobretudo em Brasília

(crédito: Tânia Rêgo/Agência Brasil)

Após muitas altas da inflação, a Associação Brasileira de Supermercados (Abras) afirma que já é possível observar um movimento de recuo e acomodação nos preços dos alimentos. A entidade explica que, em fevereiro, a cesta dos 35 produtos mais consumidos nos supermercados brasileiros ficou 0,47% mais barata. O preço, no entanto, ainda é alto, sobretudo em Brasília.

“Em fevereiro, observamos um movimento de estabilidade e recuo nos preços dos produtos que compõem a cesta da Abrasmercado. Todas as regiões tiveram recuo ou acomodação nos preços, exceto no Nordeste, que tem o menor valor comparado com as demais regiões”, contou o vice-presidente da Abras, Marcio Milan, nesta quarta-feira (14/04).

A cesta Abrasmercado observa o preço dos 35 produtos que mais aparecem na feira dos brasileiros e vinha em alta há 11 meses consecutivos, desde março, no início da pandemia de covid-19. Em fevereiro, no entanto, teve um recuo de 0,47%, puxado pela redução do custo do tomate (-15%), batata (-14,75%), frango congelado (-3,48%), óleo de soja (-3,31%) e arroz (-3,31%).

A queda coincide com a desaceleração da inflação dos alimentos, já que, neste início de ano, a carestia tem sido puxada pelos combustíveis, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Em fevereiro, por exemplo, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) subiu 0,86%, mas a inflação dos alimentos avançou 0,27%.

Preço ainda elevado

Mesmo com o recuo de 0,47%, o consumidor brasileiro ainda precisa gastar R$ 633,38 para comprar os 35 produtos da cesta Abrasmercado — é cerca de R$ 3 a menos que o observado em janeiro: R$ 636,40. E esse custo chega a R$ 724,20 em Brasília, que desponta como o local em que mais se gasta para comprar os produtos básicos de mercado no Brasil. O menor valor, por sua vez, não está muito longe daqui: em Goiânia, a cesta sai por R$ 497,80.

O alto custo explica-se por conta dos aumentos expressivos observados pelos alimentos nos últimos meses, que continuam pesando no bolso dos brasileiros. Além disso, a pesquisa da Abras apontou novas altas nos preços da cebola (17,45%), farinha de mandioca (3,33%), açúcar (2,79%), ovo (2,65%) e leite em pó (2,63%) em fevereiro.

Acomodação dos preços

Marcio Milan explicou que a entrada de novas safras, como a do arroz, favorece a a redução de alguns preços. Porém, lembrou que a manutenção do mercado exportador pode levar a uma acomodação dos preços e disse que questões climáticas têm afetado o preço de produtos como o da cebola.

O vice-presidente da Abras admitiu ainda que, diante desse quadro e do aumento da pobreza e da insegurança alimentar no Brasil, já é possível observar um movimento de substituição de produtos nas compras realizadas nos supermercados, com a procura de substitutos mais baratos e marcas menos conhecidas.

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