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Chineses vão a Washington tentar barrar tarifas de Trump

O governo do presidente norte-americano Donald Trump anunciou que irá aumentar a taxa sobre produtos chineses de 10% para 25% a partir de sexta-feira

China e EUA: encontro em Washington nesta quinta-feira tenta evitar nova sanção norte-americana (Andy Wong/Pool/Reuters)

No que marca nada menos que a 11ª rodada de negociações da guerra comercial entre China e Estados Unidos, uma delegação chinesa comandada pelo vice-primeiro ministro Liu He chega a Washington nesta quinta-feira (9), para tentar barrar novas tarifas norte-americanas para produtos chineses.

Os últimos dias romperam um período que vinha sendo de negociações consideradas “frutíferas” pelas duas partes: quando um acordo parecia próximo, o presidente norte-americano Donald Trump confirmou no último domingo, 5, um aumento da taxação de 10 para 25% sobre os produtos chineses. Agora, negociadores chineses tentarão reverter a nova sanção, que começará a valer a partir desta sexta-feira, 10. Trump ameaça ainda impor, “em breve”, outros 25% de tarifas em mais 325 bilhões de dólares em importações chinesas nos EUA.

A reação de Trump acontece, segundo a agência de notícias norte-americana Reuters, após o governo do presidente chinês Xi Jinping ter entregado aos EUA, na semana passada, alterações substanciais no documento de mais de 150 páginas que continha condições sobre o acordo. Segundo fontes do governo norte-americano, os chineses teriam retirado compromissos de mudar leis relacionadas à propriedade intelectual norte-americana e segredos comerciais, transferência de tecnologia forçada e manipulação de moeda.

Após o anúncio das novas taxas por Trump, um porta-voz do governo chinês afirmou que “não é do interesse dos dois países” uma nova escalada de tensão no conflito comercial. Contudo, disse, “se as medidas tarifárias dos EUA forem implementadas, a China terá que tomar as medidas de reação necessárias”.

Em seu Twitter, o presidente Donald Trump escreveu na quarta-feira, 8, sobre a vinda de Liu He. “Nós veremos, mas estou muito feliz com mais de 100 bilhões de dólares por ano em tarifas enchendo os cofres norte-americanos”, afirmou o presidente norte-americano. “Ótimo para os EUA, não tão bom para a China!”, completou.

Um dos mais emblemáticos personagens da guerra comercial tornou-se a fabricante de eletrônicos Huawei, uma das maiores empresas da China e que foi proibida de vender nos Estados Unidos – mas que, ainda assim, acaba de passar a norte-americana Apple em número de smartphones vendidos no primeiro trimestre de 2019, tornando-se a segunda maior fabricante de celulares do mundo. Sua herdeira e executiva, Meng Wanzhou, está presa no Canadá desde dezembro passado a pedido do governo norte-americano, acusada pelos EUA de fraude, conspiração, lavagem de dinheiro e obstrução de Justiça.

A prisão irritou o governo chinês, que desde então prendeu dois canadenses e decretou sentença de morte para outros dois, além de barrar a importação de alguns produtos do país. Ontem, a Suprema Corte do Canadá começou o que deve ser um longo processo para decidir se Meng de fato extraditada para os Estados Unidos. O destino de Meng, contudo, está muito mais ligado ao que acontece até sexta-feira em Washington do que às decisões canadenses.

 

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