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China desacelera a Samsung

Crescimento de smartphones chineses tirou parte do mercado da empresa, mas isso não foi o suficiente para minar o bom ano da sul-coreana

. (Chung Sung-Jun/Getty Images)

São Paulo – A Samsung reportou queda de 10% na receita do quarto trimestre de 2018. É a primeira vez em dois anos que isso acontece. A sul-coreana já deu o aviso logo no começo do mês: a receita deveria ficar em 59,27 trilhões de wons, ou seja, 53,27 bilhões de dólares, em conversão direta. A queda no lucro foi de 28,7% no período.

A empresa teve bons resultados em 2018, nas divisões de TVs, telas OLED e nos chips de memória. No terceiro trimestre, a Samsung reportou crescimento de 5,5% no faturamento e 20,9% de aumento no lucro do período. No ano, a empresa bateu recorde de receita, com 243,77 trilhões de wons (308 bilhões de dólares) e lucro de 58,89 trilhões de won (53 bilhões de dólares) . A Samsung diz ter conseguido isso apesar dos fatores econômicos desfavoráveis no quarto trimestre.

Os displays OLED da companhia são usados nos iPhones X, Xs e Xs Max, e como a Apple reportou queda na receita no último trimestre, isso também prejudica a Samsung. Com a competição de rivais no segmento, como a LG, a Samsung espera uma retomada no segundo semestre de 2019, junto com seus chips de memória. Neste ano, a empresa lançará smartphones com tela dobrável e a nova tecnologia de TVs, chamada MicroLED, que é similar ao OLED, mas usado em telas grandes.

De acordo com dados da consultoria Canalys, a Samsung é a maior vendedora de smartphones, seguida da Apple. Com 70,3 milhões de celulares comercializados no quarto trimestre, a sul-coreana teve queda de 5,3% no número de aparelhos em relação à mesma época no ano anterior. Nos resultados anuais, a Samsung foi a empresa que mais vendeu smartphones no mundo, com 293,7 milhões de unidades, contra 212,1 milhões da Apple e 206 milhões da Huawei.

A Samsung detém 21,2% do mercado de smartphones, contra a parcela de 15,3% da Apple, cuja queda foi de 7,3% no trimestre. As marcas chinesas de smartphones, por outro lado, cresceram muito. A Huawei teve aumento em 47,3% o número de vendas, chegando a 60,5 milhões de unidades no período. A Oppo também teve forte crescimento de 20,6% e vendeu 31,8 milhões de aparelhos. No ano, Huawei e Xiaomi foram as empresas as que mais ganharam território globalmente, com crescimento de mais de 30% cada. Já a Samsung teve queda de 7,2%, menos do que a Apple, que caiu 1,7%.

Na Índia, onde tem perdido espaço, a sul-coreana prepara o lançamento da linha Galaxy M para o segmento intermediário-avançado de celulares. Ainda não se sabe se esses aparelhos também chegarão ao mercado brasileiro ou ao chinês. Por aqui, a empresa lançou recentemente o Galaxy A7 e o Galaxy A9, dois smartphones com muitas câmeras. Neste ano, a companhia lançará o Galaxy S10, que marca a décima edição do seu principal rival do iPhone. Assim como fez a Apple no ano passado, o novo Galaxy chegará em três versões diferentes, cujas imagens já vazaram na web.

No mercado brasileiro, a Samsung manteve crescimento no segmento premium (com preços acima de 1.900 reais) em 2018. Segundo dados da consultoria GfK, o crescimento do mercado no ano passado foi de 16%, enquanto a sul-coreana cresceu acima: 24%. Informações da consultoria não mostram a participação de mercado atual da empresa no país, apesar de se manter como líder do mercado de celulares.

Analistas da Canalys dizem que a Apple precisa oferecer iPhones mais baratos, uma vez que o iPhone Xr – que não usa telas OLED da Samsung – teve 22 milhões de unidades vendidas, contra 14 milhões do Xs Max e 9 milhões do Xs. Isso ajudaria não só a Apple, mas também, indiretamente, a Samsung, que venderia mais displays para os iPhones. Enquanto a Apple não muda a sua estratégia de preços, cabe à Samsung rever seus planos para fazer frente ao crescimento dos concorrentes chineses em 2019. Fonte: Exame

 

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