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Cartazes na UnB apontam ‘infestação de pulgas’ em salas do curso de arquitetura

Avisos culpam pombos e gatos no prédio. UnB diz ter tomado medidas preventivas; local abriga contêineres de lixo.

Subsolo do ICC, na UnB, em imagem de arquivo (Foto: Isa Lima/Agência UnB/Divulgação)

Desde o retorno do ano letivo, no início de março, alunos de arquitetura e urbanismo da Universidade de Brasília (UnB) convivem com uma ameaça, no mínimo, incômoda: uma infestação de pulgas nas salas de aula do subsolo. O andar também abriga laboratórios e os cursos de mestrado e doutorado na área.

Logo na primeira semana, cartazes carimbados pela própria secretaria do curso foram espalhados pelos corredores do Instituto Central de Ciências (ICC) – o maior prédio da UnB, no centro do campus Darcy Ribeiro. Os avisos atribuem a infestação de pulgas à presença de gatos e pombos na área.

Aviso em parede da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo (FAU) da UnB sobre infestação de pulgas (Foto: Mateus Rodrigues/G1)

Em nota, naquele momento, a diretoria da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo (FAU) informou que os cartazes orientavam as pessoas para “não alimentarem animais nas dependências da Faculdade, pois há o risco de ocorrer uma infestação de pulgas no subsolo da unidade.”

Apesar de tratar o caso como um “risco” em potencial, a diretoria também informou que já tinha promovido uma dedetização na área, além de encaminhar ofício ao Centro de Controle de Zoonoses do DF “para avaliação e devida equalização do problema com o apoio da Prefeitura do Campus”.

A nota foi enviada no último dia 13. Passadas duas semanas, nesta terça-feira (27), os avisos continuavam pregados no mezanino, no térreo e no subsolo da FAU. O recado chegou a ser reforçado com placas adicionais nesse intervalo, com os dizeres:

“ALERTA de risco à saúde! Favor não alimentar os gatos e pombos. Eles infestam de pulgas e deixam, diariamente, forte mau cheiro de fezes e urina no subsolo da FAU – LOCAL DE TRABALHO E ESTUDOS.”

Contêineres transbordando com sacos de lixo no subsolo da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo (FAU) da UnB (Foto: Mateus Rodrigues/G1)

Alimentação ou lixo?

O G1 fez cinco “visitas” às instalações da FAU durante o mês de março. Nessas ocasiões, não foi possível identificar se a presença esporádica de pombos e gatos no subsolo era maior do que em outros trechos do prédio. Alunos ouvidos pela reportagem afirmam que os animais são vistos por todo o campus.

“Tem gente que joga farelo de comida, que mexe com os gatos. Com os pombos, eu nunca vi. Mas esses gatos são do Minhocão [nome popular do ICC], não são da arquitetura. Andam pelo prédio todo, há anos”, diz uma aluna que preferiu não informar nome.

Nas visitas,  encontraram um outro “problema” que poderia ajudar a explicar a presença dos animais: o acúmulo de lixo no subsolo da FAU. Próximo às salas de aula, pelo menos dez contêineres transbordavam de sacos pretos fechados. Em pelos menos cinco, era possível ler a inscrição “lixo orgânico”.

Contêineres transbordando com sacos de lixo no subsolo da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo (FAU) da UnB (Foto: Mateus Rodrigues/G1)

Questionada sobre as imagens, a reitoria informou que o espaço é chamado de “rua de serviços” do ICC, e que serve justamente como “local de suporte para as atividades que ocorrem no prédio”.

Segundo a UnB, os contêineres são usados pelos terceirizados da limpeza, pelos alunos e pelos comerciantes, e o lixo é recolhido diariamente por um caminhão do Serviço de Limpeza Urbana (SLU), “que costuma passar por volta das 15h”.

“Está em elaboração um estudo para uma melhor gestão dos resíduos na UnB, realizado por estudantes da instituição, com o apoio da Prefeitura do Campus e da Assessoria de Sustentabilidade Ambiental”, diz a nota.

Entrada da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo (FAU) da Universidade de Brasília, com aviso sobre pulgas (Foto: Mateus Rodrigues/G1)

Apesar disso, a reitoria nega a relação do lixo com a reunião de gatos e pombos, e a consequente infestação de pulgas. “O problema da presença de gatos e pombos é mais decorrente da cultura de membros da comunidade acadêmica de alimentarem esses animais, que acabam permanecendo nas redondezas, onde encontram abrigo e comida”, diz a direção.

 

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