22.5 C
Brasília
HomeMundoBrasileiros estão entre os que menos confiam em Trump, diz pesquisa

Brasileiros estão entre os que menos confiam em Trump, diz pesquisa

Os brasileiros têm menos confiança em Donald Trump do que italianos ou britânicos. Mas a visão sobre os EUA segue sendo positiva

O presidente brasileiro, Jair Bolsonaro, em visita à Casa Branca: nível de confiança dos brasileiros no mandatário americano é baixo (Kevin Lamarque/Reuters)

O presidente americano, Donald Trump, tenta uma nova vitória entre os eleitores dos Estados Unidos na eleição desta terça-feira, 3 de novembro. Mas, se dependesse do resto do mundo, as chances de uma vitória do presidente americano seriam pequenas. E o Brasil está entre os países onde menos se confia em Trump.

É o que mostra um estudo do Pew Research Center, instituto americano de pesquisas de opinião pública, que sondou a visão que os cidadãos de outros países têm da gestão Trump com relação às questões globais.

No Brasil, uma minoria de 28% dos entrevistados disse ter confiança de que Trump “fará a coisa certa com relação aos temas globais”. É uma das menores taxas do mundo entre os países pesquisados, igual à do Canadá, vizinho americano, e só um pouco maior que a de Argentina, Holanda, França, Espanha, na casa dos 20%, e da Alemanha, em 13%.

Os brasileiros têm menos confiança em Trump do que em alguns países da Europa, como na Itália (32%), no Reino Unido (32%) e na Hungria (33%). A pesquisa foi feita no ano passado, portanto antes da pandemia do novo coronavírus, e divulgada em agosto deste ano.

Os locais com maior apoio a Trump globalmente são as Filipinas e Israel, onde mais de sete em cada dez pessoas têm confiança em Trump. A Índia, a Nigéria e a Polônia também têm mais de 50% de confiança no presidente americano.

Na eleição americana deste ano, Trump concorrerá com o democrata Joe Biden, ex-vice-presidente na gestão de Barack Obama. Por ora, Biden aparece com vantagem grande nas pesquisas nacionais, mas, nos estados do Meio-Oeste e do Sul — decisivos para ganhar a eleição nos EUA devido ao modelo do colégio eleitoral –, a disputa está mais apertada, com vitória de poucos pontos percentuais ou empate. Trump precisaria de uma vitória nesses estados para conseguir a reeleição, o que ainda é possível, mas, segundo o FiveThirtyEight, tem 10% de chance de acontecer.

Visão sobre os EUA é favorável

Segundo o estudo do Pew, a rejeição a Trump é maior do que aos Estados Unidos como um todo. Embora só 28% confiem nas decisões de Trump, 56% dos brasileiros têm uma visão favorável dos EUA, uma das maiores taxas do mundo e superior a vários países da Europa.

Em alguns países, a pesquisa mediu a aprovação de Trump dentre os eleitores que apoiam alguns partidos específicos de extrema-direita, e constatou que o apoio de Trump é muito maior nestes grupos, passando de 40% ou 60% na maioria deles. É o caso do UKIP no Reino Unido, o Alternativa para a Alemanha na Alemanha, o Vox na Espanha e a Frente Nacional de Marine Le Pen na França.

No Brasil, quando levados em conta somente os eleitores que se classificam à direita ideológica no espectro político, a aprovação de Trump  sobe dos 28% totais para 38%.

Na comparação com outros quatro líderes globais pesquisados, Trump teve avaliação pior do que alemã Angela Merkel e o francês Emmanuel Macron. Na média global, o presidente tem mais desconfiança contra si (64%) do que o russo Vladimir Putin (57%) e o chinês Xi Jinping (43%, embora, no caso de Xi, mais entrevistados disseram não saber responder, o que pode ter reduzido sua rejeição).

Trump “perderia” na Europa

Uma outra pesquisa, do instituto YouGov feita com eleitores europeus, mostrou que, se eles pudessem votar, Trump perderia a eleição no voto majoritário. Mesmo na Itália, onde tem a maior aprovação, o presidente teria somente 20% dos votos. Na Dinamarca, teria 6%.

A pesquisa da YouGov sobre a preferência dos europeus também aponta que eles não confiam no sistema eleitoral americano, com menos de 20% dos eleitores afirmando que as eleições americanas serão justas e livres. Há uma preocupação crescente sobre a disputa eleitoral desta semana ir parar na Justiça, exigindo recontagem dos votos ou com acusações de fraude em votos pelos correios.

Veja Também