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Arthur Lira rejeita bloco rival e exclui adversários da Mesa Diretora da Câmara

Decisão foi primeiro ato como presidente da Casa

BRASÍLIA — Como primeiro ato após ser eleito presidente da Câmara dos Deputados, o deputado Arthur Lira (PP-AL) indeferiu o registro do bloco de seu adversário, Baleia Rossi (MDB-SP). Dessa forma, ele retirou da Mesa Diretora da Casa os cargos de partidos que apoiaram o seu rival na eleição, como o PT, PSDB e Rede.

O argumento de Lira é de que o bloco foi constituído com atraso. O MDB pediu o registro do agrupamento partidário às 13h35 desta segunda-feira, depois do prazo das 12h. Rodrigo Maia (DEM-RJ), então presidente, aceitou a formação do bloco com atraso, o que gerou protestos dos aliados de Lira ao longo do dia.

O PSB, que havia cedido um cargo para a Rede na Mesa Diretora, é um dos partidos que estuda entrar no Supremo Tribunal Federal (STF) contra o ato de Lira. A líder do PC do B, Perpétua Almeida, disse que “a ditadura começou” e irá recorrer da decisão.

Com a decisão de Lira, a eleição dos cargos da Mesa Diretora foi cancelada e os registros de candidatura foram invalidados. Uma nova eleição foi marcada para esta terça-feira às 16h. O bloco de Baleia Rossi não terá direito a assentos na Mesa.

No acordo firmado hoje, o PL poderia indicar o candidato a primeiro vice-presidente, o PSD, o segundo vice-presidente, o PT, o primeiro-secretário, o PSDB, segundo secretário, o PSL, o terceiro-secretário, e PSB e Rede, o quarto-secretário.

Agora, a Secretaria-Geral da Mesa (SGM) irá calcular novamente quem terá direito aos cargos, subtraindo os adversários de Arthur Lira do processo.

Lira disse que o ato foi de imparcialidade.

— O que nós fizemos aqui foi um ato imparcial de colocar as coisas nos seus devidos lugares. A presidência da Casa não permite que quem ocupe a trate de maneira individual. O ato foi necessário, não para dar um pé na porta, mas um freio de arrumação. Esse ato foi pensado com todos os partidos que fazem parte do bloco de sustentação — disse, em entrevista à CNN Brasil, completando que o caso precisa ser decidido no Legislativo, não no Supremo.

Bate-boca durante a tarde

O assunto gerou um forte bate-boca entre o ex-presidente da Câmara Rodrigo Maia (DEM-RJ) e Lira, então candidato.

Em meio à discussão, Lira ergueu o tom, e Rodrigo Maia perguntou se o adversário “pensava que estava em Alagoas”. Ao que Lira respondeu:

— E você está pensando que está no morro carioca?

O líder do PL e aliado de Lira, Wellington Roberto (PB), bateu na mesa e disse que eles não iriam participar da discussão naqueles termos. Os apoiadores do candidato do PP abandonaram a reunião em seguida.

— O presidente Rodrigo Maia não é dono do Brasil. Rodrigo perdeu a condição moral, ética e pessoal de conduzir esse processo. Ele tem que ser afastado urgentemente pelo STF do processo (da eleição). Lógico que não vou pedir o adiamento da eleição – disse Lira, visto como favorito no pleito.

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