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99 vai incluir variação da gasolina na remuneração de motoristas

Adicional será custeado pela própria empresa, sem repasse de custos a passageiros – por enquanto

99: foco é dar previsibilidade aos motoristas (Divulgação/99)

No momento em que o gasto com combustíveis pesa na conta de quem tem carro, a 99 vai incluir a variação da gasolina no cálculo de remuneração de motoristas que usam o aplicativo. A iniciativa será colocada em prática a partir desta quarta-feira (23) e será inteiramente custeada pela própria empresa de mobilidade, sem repasse de custos aos passageiros, ao menos por enquanto. O anúncio foi feito nesta segunda-feira.

Hoje, existem três variáveis que compõem o preço final da corrida para o motorista: uma tarifa-base, o ganho por quilômetro rodado e ganho por minuto. A partir desta quarta, mais uma variável entrará nessa jogada: o adicional variável de combustível. Na prática, a cada um real de aumento no preço da gasolina, em comparação ao mesmo mês do ano anterior, o motorista vai receber mais 10 centavos por quilômetro rodado.

Exemplificando com a situação de São Paulo. A capital paulista tinha o preço da gasolina em março de 2021, segundo a Agência Nacional do Petróleo (ANP), a R$ 5,22. Hoje, está em cerca de R$ 6,87. Ou seja, a variação entre ambos os períodos é de R$ 1,65 para o bolso do motorista, a cada quilômetro rodado. Como a cada um real, o motorista receberá mais R$ 0,10, o aumento do período vai se converter em R$0,17 por quilômetro rodado a mais para o motorista que atua na cidade.

“Se você tomar como exemplo o consumo de um carro que faz 12 quilômetros por litro, o aumento no bolso do motorista foi de R$1,65 na variação anual e, considerando esse novo ajuste da 99 em São Paulo, o motorista vai receber R$2,04, superando o aumento proporcional do período”, afirma Thiago Hipólito, diretor do DriverLAB, área de apoio aos motoristas criada recentemente pela 99.

Veja como isso vai aparecer para o motorista no app:

Motoristas poderão consultar o saldo direto no app (99/Divulgação)

O cálculo da empresa sempre será feito com base nos dados mostrados pela ANP, que serão levados em consideração município por município. A companhia usou os 12 quilômetros por litro como uma base para o consumo dos veículos por causa dos rankings de “mais vendidos” que, em sua maioria, mostravam carros com este consumo, segundo a 99.

Todos os motoristas serão beneficiados com esse adicional, em território nacional, independentemente do combustível que usarem. O reajuste será sempre feito considerando a gasolina, por ser o que mais variou no último ano.

Caso o preço da gasolina diminua o suficiente para se igualar ao mesmo preço do ano anterior (ou, por algum motivo extraordinário, fique ainda menor), o índice fica zerado e o motorista passará a ter o mesmo ganho que tinha antes desse novo cálculo entrar em prática – em hipótese alguma terá “prejuízo” com o novo indicador.

Questionado a respeito de um eventual repasse para o passageiro, Thiago afirma que ainda não há uma data para que isso seja feito. “Estamos estudando o cenário enquanto ele evolui. O que sabemos é que, por enquanto, esse auxílio não vai repercutir no bolso do passageiro”, afirma. Hoje, o dinheiro para custear essa nova métrica vem do orçamento da Driver Lab, que prevê R$ 250 milhões de investimentos em experiência do motorista na plataforma ao longo dos próximos três anos – sendo R$ 100 milhões somente em 2022.

No momento em que os consequentes aumentos do combustível têm influenciado a jornada de trabalho de motoristas de aplicativo – sendo que alguns até mesmo pararam de trabalhar por causa do aumento de combustíveis – a 99 quer trazer uma alternativa para que continuem na plataforma.

Mesmo sendo parte de uma companhia bilionária (a Didi) o desafio histórico de margens comprimidas no setor permanece — e deve se tornar ainda maior diante do novo auxílio. A 99 não divulga em quanto a margem foi comprimida com essa nova iniciativa, mas afirma que a prioridade do momento é dar “previsibilidade aos motoristas em relação aos ganhos”.

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