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Mesmo com a volta dos serviços públicos, brasilienses passarão sufoco

População enfrentará filas nos postos e terá dificuldade de encontrar gás nesta terça-feira (29/5) devido à greve dos caminhoneiros

Boa parte dos serviços públicos será retomada nesta terça-feira (29/5). As escolas e as unidades básicas de saúde voltam a funcionar normalmente. Os ônibus, por enquanto, têm combustível para rodar até quarta (30). Mesmo assim, o dia promete ser difícil para os brasilienses. A população ainda deve enfrentar longas filas nos postos de combustíveis e dificuldade de encontrar gás de cozinha devido à greve dos caminhoneiros, iniciada no dia 21 de maio.

Há escolta para garantir a chegada de botijões às revendedoras, mas os carregamentos ainda não foram suficientes para atender a todos os consumidores. Nessa segunda (28), no desespero, teve gente que levou botijão de 45kg, usado em cozinha industrial, para casa e pagou R$ 250 no Sudoeste.

De acordo com o presidente do Sindicato das Empresas Transportadoras e Revendedoras de Gás LP do Distrito Federal (Sindivargas-DF), Sérgio Costa, a mercadoria entregue na segunda não deu nem para o começo. Portanto, quase todas as 400 revendedoras ainda estão com os estoques zerados.

As forças de segurança concentram-se na localização das carretas com o gás liquefeito de petróleo (GLP) nos bloqueios das rodovias para realizar a escolta. Não há, no entanto, estimativa de quando a situação voltará ao normal. “Não podemos estimar quando começa a chegar [com maior frequência] pois a logística de fazer o comboio pode demorar dois dias”, disse o sindicalista.

O presidente da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Distrito Federal (Fecomércio-DF), Adelmir Santana, alerta: embora os estoques de insumos tenham crescido na segunda-feira (28), se a greve continuar, o quadro ficará crítico novamente nos supermercados.

Nos estabelecimentos, faltam alimentos perecíveis. Quando a greve dos caminhoneiros chegar ao fim, será preciso três dias para repor os estoques, de acordo com o Sindicato dos Supermercados do Distrito Federal (Sindsuper-DF).


O presidente da entidade, Antonio Perón, afirma que a Central de Abastecimento do DF (Ceasa) está quase sem frutas, verduras e legumes. “Quando o empresário encontra algum alimento, o preço é absurdo. Teve gente que recebeu proposta de R$ 380 por um saco de batata”, disse.

E os combustíveis?
O Governo do Distrito Federal (GDF) divulgou, na segunda-feira (28), que as operações de escolta da Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF), com o apoio do Exército e da Força de Nacional de Segurança Pública (FNSP), garantiram a entrega de 10 milhões de litros de combustível e gás de cozinha, entre outros produtos, nos últimos quatro dias.

No entanto, mais uma vez, o dia começou com filas gigantes para abastecer e gasolina mais cara — chegando a R$ 4,98. A situação era a mesma à noite. No posto Brazuca, por exemplo, de Sobradinho, os carros estavam parados ao longo de 1,5km da pista. Tinha gente esperando há mais de cinco horas para tentar encher o tanque.

 

Presidente do Sindicato do Comércio Varejista de Combustíveis e de Lubrificantes do Distrito Federal (Sindicombustíveis-DF), Elisa Monteiro acredita que, no fim da semana, a situação esteja normalizada. “Estamos aguardando chegar o carregamento de álcool anidro para poder misturar na gasolina. Assim, vai acelerar o processo [de reabastecimento] e deve normalizar até sexta-feira (1º/6)”, disse.

No Aeroporto Internacional de Brasília, a segunda-feira (28) foi menos crítica. Os comboios escoltados entregaram durante todo o dia 35 caminhões com querosene de aviação (QAV). As reservas chegaram a 60% da capacidade à noite. No total, foram cancelados 16 voos: oito na chegada em Brasília e oito partindo da capital federal.

 

Alguns serviços públicos também vão continuar restritos nesta terça (29). As cirurgias eletivas, ou seja, as marcadas com antecedência, seguem suspensas. A decisão só não vale para o Instituto Hospital de Base (IHBDF). As ambulâncias do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) também atenderão somente aos casos emergenciais.

Enquanto isso, os caminhoneiros falam em manter os bloqueios parciais nas estradas. Na segunda (28), manifestantes fecharam, no começo da noite, a BR-070, na altura de Águas Lindas de Goiás, e também a entrada de Santo Antônio do Descoberto. Na Esplanada dos Ministérios, usaram como pano de fundo a greve dos caminhoneiros para pedir intervenção militar no país. Sinal de que o movimento ganha contornos políticos e radicais.

ARTE/METRÓPOLES

Fonte: Metrópoles

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