18.5 C
Brasília
HomeSaúdeVírus HIV infecta 18 crianças por hora no mundo, alerta Unicef

Vírus HIV infecta 18 crianças por hora no mundo, alerta Unicef

Segundo um novo relatório do Unicef, só em 2016, cerca de 120.000 crianças e 55.000 adolescentes morreram em decorrência da aids

Nesta sexta-feira, Dia Mundial de Luta contra a Aids, o Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) divulgou um novo relatório alertando sobre o número alarmante de crianças e adolescentes infectados com HIV no mundo. A cada hora, 18 crianças contraem o vírus. Se essa tendência persistir, até 2030 serão 3,5 milhões de casos novos.

De acordo com o relatório, Statistical Update on Children and Aids 2017 (Atualização de Estatísticas sobre Infância e Aids 2017), no ano passado, 120.000 crianças (menores de 14 anos) e 55.000 adolescentes morreram de causas associadas ao vírus, entre eles 91%

viviam na África Subsaariana.

Além disso, os dados indicam uma vulnerabilidade maior no sexo feminino. Para cada cinco meninos que contraem o HIV, sete meninas da mesma idade foram infectadas.

Para Chewe Luo, pediatra e chefe da divisão sobre HIV/Aids da Unicef, é inaceitável que os progressos na prevenção da disseminação e controle da doença na adolescência sejam tão lentos.

“Existe uma epidemia real que ainda não acabou, continua a ser uma ameaça para a vida das crianças e dos jovens. É possível e necessário que algo seja feito para evitar isso”, disse o médico, em comunicado.

Prevenção

Apesar dos números negativos, o Unicef reconhece que houve uma melhora na prevenção ao longo dos anos, principalmente dos casos de transmissão vertical do HIV, passada de mãe para filho. Desde 2000, cerca de 2 milhões de mortes foram evitadas.

No entanto, as crianças até quatro anos são as mais vulneráveis ao HIV e enfrentam o maior risco de óbito em comparação às outras faixas etárias. Para um maior controle da doença, segundo o órgão, é preciso investir em inovações médicas, novos medicamentos pediátricos e métodos de autodiagnóstico.

Vacina anti-HIV

Na quinta-feira, cientistas anunciaram o lançamento de dois novos estudos que irão testar uma vacina anti-HIV e um medicamento injetável de ação prolongada contra o vírus. Os novos experimentos pretendem prevenir a transmissão do HIV, revertendo a atual situação de pandemia.

O primeiro será testado, durante três anos, em 2.600 voluntárias no sul da África. No estudo, duas vacinas estão sendo desenvolvidas em uma parceria da empresa Johnson & Johnson com a agência governamental americana, Institutos Nacionais da Saúde (NIH, na sigla em inglês) e a Fundação Bill e Melinda Gates.

Enquanto isso, o medicamento experimental de efeito prolongado terá um estudo, realizado pela iniciativa ViiV (da empresa farmacêutica GlaxoSmithKline)– também em parceria com o NIH e a Fundação Gates –, com cerca de 3.200 mulheres da África subsaariana, que receberão injeções bimestrais.

Veja Também