O governo do Uruguai planeja disponibilizar vacinação a turistas adultos e adolescentes a partir de novembro
O Ministério do Turismo do Uruguai afirmou que deve implementar um plano para aplicar doses de reforço contra a covid-19 em turistas que estejam viajando ao país.
O plano é começar a vacinar os turistas a partir de 1º de novembro, quando o Uruguai também abrirá as fronteiras a todos os estrangeiros vacinados.
Segundo o ministro Tabaré Viera, o presidente uruguaio Luis Lacalle Pou já aprovou a medida, mas falta agora o aval do Ministério da Saúde para que o projeto seja oficializado.
O governo afirmou que a vacina a ser aplicada nos adultos será uma dose de reforço, e não as doses iniciais, uma vez que será necessário ter a vacinação completa para sequer ingressar no país.
Quem poderá se vacinar no Uruguai
O esquema vacinal para turistas no Uruguai, segundo o anunciado até agora, será:
- Uma terceira dose de reforço para adultos que já se vacinaram com duas doses;
- Primeiras doses para adolescentes de 12 a 18 anos, vindos de países em que a vacina ainda não esteja sendo oferecida para esta faixa etária;
- Adultos estrangeiros não poderão tomar a primeira ou segunda dose no Uruguai, pois devem entrar no país já completamente vacinados.
“Temos a aprovação do presidente para oferecer uma vacina aos estrangeiros que ingressem no país”, disse Vieira na quinta-feira, 14, após reunião com Lacalle Pou.
“É uma boa notícia tanto em relação à segurança de nossos co-cidadãos quanto um serviço a mais que se oferece aos turistas”, disse.
O governo ainda não divulgou detalhes, mas a tendência é que o imunizante oferecido para o reforço seja a vacina da Pfizer, também a única aprovada para adolescentes na maior parte do mundo.
O plano uruguaio deve interessar sobretudo a vizinhos como os argentinos, uma vez que parte do país foi vacinado com a Sputnik V, desenvolvida na Rússia.
O imunizante ainda não foi aprovado pela Organização Mundial da Saúde (OMS), o que dificulta a entrada dos argentinos em países da Europa e nos Estados Unidos.
Os EUA também alteraram nesta sexta-feira, 15, as regras de ingresso no país, passando a autorizar a entrada de estrangeiros vacinados, mas só com as vacinas aprovadas pela OMS.
(Todas as vacinas usadas no Brasil receberam aprovação da OMS: a Coronavac, de Sinovac/Butantan, AstraZeneca/Friocruz e Pfizer/BioNTech.)
Brasileiros podem entrar no Uruguai?
As fronteiras do Uruguai estiveram fechadas para os brasileiros em parte deste ano, e passaram nas últimas semanas a ser gradualmente reabertas.
O governo uruguaio autorizou o retorno de estrangeiros, incluindo brasileiros e outros vizinhos sul-americanos, a partir de 1º de setembro, mas somente para quem demonstre ser proprietário de terras e imóveis no país.
Já a partir de 1º de novembro, as fronteiras do Uruguai serão reabertas a todos os estrangeiros que tiverem o esquema vacinal completo, isto é, com duas doses ou uma dose da vacina da Janssen, da Johnson & Johnson.
Oásis na pandemia
Com 3,5 milhões de habitantes, o Uruguai tem 75% da população totalmente vacinada (e 79% com ao menos uma dose).
O Uruguai tem a melhor taxa de vacinação completa da América Latina, quase empatado com o Chile.
O Brasil vem em quarto, com 47% totalmente vacinados (e 72% com uma dose), atrás da Argentina, que fica à frente em número de completamente vacinados (53%, e 67% com uma dose).
Ao longo de 2020, o Uruguai conseguiu passar relativamente ileso pelos piores momentos da crise do coronavírus, sendo quase um “oásis” da pandemia na América do Sul.
Mas a fronteira com países com altas taxas de casos, além de variantes como a Delta e a Gama (vinda do Brasil), fez a situação piorar no começo do ano.
O número de mortes, que terminou 2020 em menos de 200, disparou entre abril e junho e supera hoje 6.000 vítimas no total.
No entanto, com o avanço da vacinação nos últimos meses, o Uruguai voltou a ter uma das menores mortalidades por covid-19 do mundo, mesmo se descontado o pequeno número de habitantes.
O Uruguai tem hoje taxa de mortalidade por covid-19 de 0,6 a cada milhão de habitantes (na média móvel de sete dias). Há dias sem nenhuma morte por covid-19 no país.
É o melhor cenário da América do Sul, ante 1,53 morte por milhão do Brasil, que ainda tem mais de 500 vítimas por dia, além de 0,64 morte por milhão na Argentina e 0,49 por milhão no Chile.