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Unesco aprova outra resolução contra Israel e aumenta crise

O documento, de caráter e repercussões fortemente políticas, se refere aos locais sagrados em Jerusalém apenas pela denominação usada pelos muçulmanos

Em Jerusalém, judeu ortodoxo ora nas proximidades do Muro das Lamentações (Ahmad Ghaeabli/AFP/VEJA)
Em Jerusalém, judeu ortodoxo ora nas proximidades do Muro das Lamentações (Ahmad Ghaeabli/AFP/VEJA)

O comitê da Unesco que regulamenta os patrimônios mundiais aprovou nesta quarta-feira outra resolução sobre Jerusalém que nega mais uma vez a ligação entre judeus e locais sagrados. Com votação secreta, o texto recebeu dez votos a favor, dois votos contrários e oito abstenções. O documento, de caráter e repercussões fortemente políticas, se refere aos locais sagrados em Jerusalém apenas pela denominação usada pelos muçulmanos, e não pelos judeus, sendo que as construções são sagradas tanto para o Islã quanto para o Judaísmo.

Além disso, a resolução denuncia os “danos materiais” causados por Israel aos locais sagrados de Jerusalém. O porta-voz do Ministério das Relações Exteriores de Israel, Emmanuel Nahshon, criticou a votação. “A votação da Unesco sobre Jerusalém é um pedaço de lixo, justamente despejado na lata de lixo pelo nosso embaixador. Vida longa a Israel”, escreveu no Twitter.

Na semana passada, a Organização das Nações Unidas para a Educação e Cultura (Unesco) tinha aprovado uma resolução sobre Jerusalém Oriental promovida por países árabes em nome da proteção do patrimônio cultural palestino.

O documento dizia que a anexação da zona por Israel era ilegal, incluindo o Monte do Templo, local sagrado pelos judeus e chamado de Esplanada das Mesquitas pelos muçulmanos. A moção da semana passada recebeu duras críticas de Israel, que decidiu cortar as relações e a colaboração de seu país com a Unesco.

A votação de hoje foi realizada pelo comitê da Unesco, formado por vinte membros: Angola, Azerbaijão, Burkina Faso, Croácia, Cuba, Finlândia, Indonésia, Jamaica, Cazaqustão, Kuwait, Líbano, Peru, Filipinas, Polônia, Portugal, República da Coreia, Tanzânia, Tunísia, Turquia, Vietnã e Zimbábue. O objetivo do comitê é conceder uma assistência financeira, a pedido dos países-membros e após análise, aos lugares inscritos como patrimônio mundial.

(Com ANSA)

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