Acordo de 2015 restringe o programa nuclear do Irã em troca de alívio em sanções internacionais
Diplomatas da União Europeia (UE) propuseram uma significativa nova concessão ao governo iraniano, numa tentativa de superar o impasse que trava as negociações para reavivar o acordo nuclear com o Irã. Uma questão que vem dificultando as conversas iniciadas há 16 meses para restaurar o acordo de 2015, que restringe o programa nuclear do Irã em troca de alívio em sanções internacionais, é uma investigação da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) sobre material nuclear não declarado encontrado no Irã em 2019.
O material, segundo alegam Israel e autoridades ocidentais, é evidência de que o Irã teve no passado um programa clandestino de armas atômicas, algo que Teerã sempre negou, dizendo buscar apenas um programa nuclear civil.
Nas conversas, o Irã vem pressionando para que a investigação seja encerrada desde pelo menos março. Representantes dos EUA e europeus, por sua vez, disseram que não vão negociar sobre a apuração da AIEA, que, segundo eles, não tem relação com o acordo nuclear.
Esboço de uma proposta da UE, ao qual o The Wall Street Journal teve acesso, permitiria que o Irã lidasse com as preocupações da AIEA antes que o pacto entre em vigor, com a expectativa de que Teerã responda as questões da agência “com o intuito de esclarecê-las”.
Se os iranianos cooperarem, EUA e outros negociadores pedirão aos países integrantes do Conselho da AIEA para que a investigação seja encerrada, diz o texto.
A equipe da UE, que lidera as negociações e tem a responsabilidade de elaborar o acordo, diz que essa será a proposta final que fará para reavivar o acordo nuclear.