O Senado americano iniciou discussões sobre uma legislação para banir a venda de armas a centenas de milhares de pessoas em listas de vigilância
Senadores americanos sinalizaram na quarta-feira uma nova disposição de considerar restrições na venda de armas após o massacre em uma boate em Orlando, com o provável candidato presidencial republicano, Donald Trump, e outros em seu partido prontos para discutir medidas de controle de armas. Com o lobby favorável às armas do Partido Republicano e da Associação Nacional do Rifle (NRA, na sigla em inglês) sob pressão para responder ao pior massacre a tiros na história dos Estados Unidos, Trump disse que irá se encontrar com a NRA para discutir maneiras de bloquear a compra de armas por pessoas investigadas por terrorismo.
O Senado dos EUA iniciou discussões sobre uma legislação para banir a venda de armas a centenas de milhares de pessoas em listas de vigilância após um atirador que esteve numa dessas lista ter matado 49 pessoas em uma boate gay em Orlando no último domingo.
Mas após um dia cheio de discussões, o líder democrata no Senado, Harry Reid, disse que negociações “eram pouco mais que uma cortina de fumaça dos republicanos, que tentavam se dar cobertura política enquanto continuam a marchar no mesmo ritmo das posições extremas da NRA”. Reid disse que não houve propostas republicanas “que chegassem perto de atrair o apoio democrata”.
Antes disso, o líder republicano no Senado, Mitch McConnell, havia pedido que senadores oferecessem ideias sobre como prevenir outro ataque como o de Orlando. Há quem defenda, como ex-secretária de Estado Hillary Clinton e outros, que armas de uso militar tenham venda restrita ou mesmo proibida. O terrorista de Orlando portava duas armas, um fuzil AR-15 de uso militar e uma pistola, ambas compradas legalmente.
Mesquitas – Em mais uma proposta pra lá de controversa, Trump defendeu nesta quarta a vigilância de mesquitas como parte de ações de segurança americanas contra o terrorismo, e manteve a sua posição em relação à imigração de muçulmanos, criticada mesmo por integrantes de seu partido. “Qualquer tipo de extremismo e de violência não é pregado em mesquitas americanas”, disse Ibrahim Hooper, diretor de comunicação do Conselho de Relações Islâmico-Americanas. “Na verdade, as pesquisas mostram que as mesquitas são uma influência moderadora sobre os indivíduos que frequentam”, completou.